TEMA: Através do "Mito do Pássaro Azul",
comum a todos indígenas do continente americano,
o filme conta a História do ancestral conflito
entre barbárie e civilização sobre
a Terra.
MITO DO PÁSSARO AZUL: O patriarca de uma tribu
indígena em qualquer lugar do continente americano.
O patriarca diz ao filho: se quiser a coroa da imortalidade
vá até as montanhas do Norte.
O filho vai às montanhas do Norte. Sobe na árvore
mais alta. Encontra um ninho. Dentro, um ovo. Quebra
o ovo e encontra um pássaro feio, doente e depenado.
O filho se revolta contra o pai: "Meu pai me disse que
dentro deste ovo eu encontraria um pássaro de
penas azuis, com as quais eu faria a coroa da imortalidade".
Desiludido, o filho tenta descer da árvore mas
uma tempestade revoluciona a natureza e os galhos da
árvore se transformam numa floresta de plantas
carnívoras. Tempos depois, quando a natureza
transformada se acalma, o filho é encontrado
por um grupo de amazonas. Prisioneiro, em companhia
de outros homens, o filho participa do ritual da fertilidade.
Depois o filho e os outros prisioneiros são abandonados
na floresta.
O filho abandona os outros homens e vai viver com animais,
Adquire novo nome, Rudá – Deus do Amor. Mais
tarde um Pássaro Azul se transforma em mulher:
Irerê/Punalua – pássaro de belíssima
voz, mulher, amor. Irerê mostra a Rudá
o caminho das cidades: Rudá deverá aprender
as artes da Mágica e da Guerra para vencer seu
pai e se vingar da frustração.
A viagem de Rudá e Irerê atravessa os ciclos
históricos: Pré-História. Nascimento
dos Deuses Orientais. Nascimento da democracia grega.
O encontro do Ocidente com o Oriente. Cristo. Muçulmanos.
Idade Média. Utopia. Reforma. Descoberta das
Américas. Selvas. Cidades. Terra. Sistema Solar.
Cosmos. Rudá não se vinga do pai. Irerê,
pássaro azul, é a Imortalidade. O amor.
FILME: O mito vem representado no filme sob forma de
História contemporânea. Em qualquer país
ou cidade do continente americano. Duas ações:
a História do Patriarca que espera a vingança
do filho. A história do filho que se prepara
para matar o pai, mas desiste quando descobre em Irerê,
seu amor, o pássaro azul.
A estrutura: como A Divina Comédia, de Dante
– o filme será dividido em três partes:
Inferno – barbárie
Purgatório – civilização
Paraíso – as sociedades do futuro.
ESTILO: Poderá ser considerado um filme de ficção
científica. O roteiro explica os detalhes do
filme.
PRODUÇÃO
Locação: O filme deverá ser realizado
em
RIO GRANDE DO SUL
RIO DE JANEIRO
OURO PRETO
SALVADOR
BRASÍLIA
SÃO PAULO
AMAZONAS
Elenco: O filme deve ser realizado com atores brasileiros.
O espetáculo requer atores profissionais, cantores,
bailarinos e atores populares. Sugestão de alguns
atores:
ANSELMO DUARTE – RICHARD NIXON
PAULO AUTRAN – MAO TSE TUNG
PAULO GRACINDO – BREJNEV
MAURICIO DO VALLE – FIDEL CASTRO
TARCISIO MEIRA – CORONEL KADHAFI
GERALDO DEL REY – CRISTO
JOSÉ LEWGOY – HITLER
NORMA BENGUELL – GRETA GARBO
O FILHO / RUDÁ – NEY MATOGROSSO (cantor, dançarino,
ator)
IRERÊ/PUNALUA – GAL COSTA
ELIEZER GOMES – GENERAL IDI AMIM DADA
(Fernanda poderá interpretar a Rainha das Amazonas)
JARDEL FILHO – KISSINGER
O filme será falado em português mas terá
uma versão em inglês e será dublado
em outras línguas, segundo as necessidades de
distribuição.
TÉCNICA: CINEMASCOPE OU PANAVISION – SOM DIRETO
– MÚSICA PRIMITIVA E MÚSICA ESPECIALMENTE
COMPOSTA.
O filme deverá ser realizado em estúdios
e em locações. Os estúdios poderão
ser da Vera Cruz ou se poderá construir cenários
no Rio, num dos estúdios ou teatros locais.
ORÇAMENTO: O filme requer 20 semanas de filmagem,
sem incidentes. Requer 10 semanas de preparação:
escolha de atores, contratos, roupas, construção
de cenários, locução, planificação
de filmagem, playbacks musicais, efeitos especiais,
etc.
Devido a estas circunstâncias, será necessário
um exame minucioso do roteiro para que se estabeleça
o orçamento. O filme durará no máximo
2 horas e meia.
PROPOSTA: Proponho Lívio Bruni como Produtor
Principal do filme. Lívio Bruni terá os
direitos de coordenar os capitais associados à
produção, planificar a produção,
pagar diretamente os artistas e técnicos, publicitar,
distribuir e exibir no mercado brasileiro. Publicitar,
distribuir ou vender no mercado internacional.
Poderão participar da produção
capitais de produtores independentes, capitais de distribuidoras
brasileiras ou estrangeiras, capitais obtidos em bancos
pelos produtores ou por Glauber Rocha e Lívio
Bruni.
PRODUÇÃO: Posso coordenar os trabalhos
de produção, funcionando como Produtor
Executivo, estabelecendo o contato entre Lívio
Bruni e a equipe.
Uma pequena equipe deve ser organizada durante a preparação:
um Diretor de Produção, um Cenógrafo,
um Assistente de Direção.
O músico, que deverá ser escolhido mais
tarde, deve também participar da fase preparatória
com o objetivo de não retardar a conclusão
do filme. Sendo também musical, o filme requer
músicas prévias.
O plano de filmagem deverá ser estabelecido em
função das datas dos atores e do tempo
nas seqüências exteriores.
Desde que o projeto seja decidido, necessito um salário
mensal durante o tempo de filmagem – 4 mil dólares
– preparação, montagem.
Minha percentagem no filme como AUTOR DO ROTEIRO, PRODUTOR
EXECUTIVO, DIRETOR E PUBLICISTA – deve ser de 10%, independente
das despesas de cópias e publicidade.
Poderei também investir dinheiro na produção,
sendo neste caso as percentagens estabelecidas de acordo
com o orçamento, ressalvando sempre os direitos
autorais.
Um acordo definitivo será estabelecido sobre
meus direitos de filmar e montar segundo minhas idéias
e estilo, não aceitando imposições
dos financiadores mas disposto a discutir os problemas
mais complexos no sentido de se chegar a um resultado
positivo para o filme que visa ampla comunicação.
Responsabilizo-me por quaisquer problemas que o filme
possa ter com a Censura.
A Lívio Bruni fica o direito de articular os
capitais de produção e distribuir, exibir
e vender o filme segundo suas idéias e estilo,
impondo o filme como um produto cinematográfico
internacional.
Necessito de um escritório para iniciar os trabalhos
de produção, desde que o contrato entre
eu e Lívio Bruni seja formalizado.
Glauber Rocha
|