O Festival Brasileiro de Cinema Universitário
nasceu a partir da realização conjunta
de um curta-metragem, cuja equipe mista reunia estudantes
dos três cursos de cinema então existentes
no país: UFF, ECA-USP e FAAP. Dessa corajosa
empreitada, que juntou paulistas e cariocas na cidade
de Cabo Frio, surgiu Bem Vindo a Sal Grosso,
filme de abertura da primeira edição do
Festival.
Contagiados por ecos dessa emblemática experiência,
criamos o "Projeto Sal Grosso", que mais uma
vez reúne, em uma equipe mista, pessoas de diferentes
universidades e regiões do Brasil, no desafio
de juntas realizarem um curta que encerrará o
Festival do ano seguinte.
Bom, acima é um texto formal de apresentação
do projeto, mas a idéia era fazer um curta com
os apoios que já tínhamos e resolvemos
dar os seguintes prêmios no festival de 2001:
direção, roteiro, fotografia, som, montagem
e edição de som. Assim o roteirista teria
liberdade para fazer um roteiro, que seria dirigido
pelo diretor premiado. E os outros alunos fariam as
demais funções...
Aí, definimos que o júri de alunos daria
notas nessas categorias nos filmes da competitiva e
as pessoas que "ganhariam" fariam o filme.
O primeiro diretor, que também ganhou roteiro,
foi o Carlos Dowling, por A Sintomática Narrativa
de Constantino. O Dowling adorou a idéia
e se empenhou muito. Só que como os filmes universitários
demoram anos para ficarem prontos, os outros ganhadores,
que já estavam trabalhando ou com outros projetos,
não conseguiam agenda para fazer o filme ou também
já não estavam na onda de fazer filmes
neste esquema universitário. Dessa forma, como
era pontuação que o júri de alunos
dava, pegávamos os outros colocados, segundo,
terceiro e assim por diante... O GOD.O.TV foi
feito assim em algumas categorias...
No ano seguinte, os diretores do Duralex Sedlex
novamente empataram na direção e roteiro,
mas apenas a Luciana Tanure assumiu o projeto. Novamente,
ela se dedicou muito, mas os outros alunos não
se empolgavam tanto. Aí, o projeto entrou em
crise... Ou ele mudava ou acabava.
Depois de muito pensar, chegamos à conclusão
que deveria ser feito no formato que é agora,
que é ideal.
Segue abaixo o regulamento:
Convidamos todos os estudantes de graduação
em cinema/audiovisual a inscreverem seu roteiro para
um filme de curta-metragem (documentário ou ficção)
de até 10 minutos, a ser rodado em 16 mm, no
Rio de Janeiro, por uma equipe mista de estudantes oriundos
dos cursos de cinema/audiovisual que produzam trabalhos
em película.
Cada estudante pode inscrever apenas um roteiro, que
deve ser original. Uma comissão de seleção
escolherá, dentre os roteiros inscritos, aqueles
que participarão de uma oficina de roteiros ministrada
durante o festival. Dessa oficina sairá o roteiro
a ser produzido pelo Festival e dirigido por somente
um dos roteiristas, caso o roteiro tenha sido escrito
por mais de uma pessoa.
A equipe técnica será distribuída
dentre as escolas de cinema/audiovisual. O corpo de
júri da mostra competitiva de curtas determinará
qual escola terá seu representante em cada uma
das seguintes funções técnicas:
direção de fotografia, captação
de som, montagem, edição de som e direção
de arte. A escola indicará um de seus alunos
para exercer a função no filme.
Aleques Eiterer
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