Monumental aprendi a necessidade
de tudo dizer de uma só vez a cada instante buscando
a verdade através dessa estrutura de constelação
insistente de tudo dizer a todo instante não
importa como de qualquer maneira qualquer material que
tivesse às minhas pobres mãos milionária
contribuição de todos os erros livre na
maior. Descobrira um método. Pré-colombiano
sem dúvida. E sem querer. É fácil;
muito fácil tudo dizer ao mesmo tempo não
importa como e com o quê. Assim aprendera a colar
planos fortes com planos fortes – isto é crescer
ou aumentar ou verticalizar um filme para ver o que
saía de bom e de ruim, operação
"feed back" reversão exclusivamente
a partir (da discussão do que seja) ruim ajuntar
cenas (mais) fracas com cenas fracas. Isto na concepção
do diretor de vanguarda querendo fazer o que não
se pode fazer ou seja fazer um filme voluntariamente
péssimo e livre ou menos equacionar essas questões,
tal me parece a função necessariamente
insinuante do ser
(1970 – Carnaval na Lama)
Rogério Sganzerla
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