As Poltronas do Cine Alcazar (1988), de Luc Moullet



Textos sobre Vincent Price (foto) e a parceria de Sondra Locke com Clint Eastwood.
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Textos sobre Holy Motors (foto), de Leos Carax, Amor, Michael Haneke, Barbara, de Christian Petzold, entre outros.
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A crítica em questão

Edição número 100. Momento de comemoração? Para nós, é principalmente uma oportunidade de nos perguntarmos: quem somos? Que tipo de crítica tentamos ou pelo menos gostaríamos de praticar aqui na Contracampo? Momento de repensar nosso papel e de reafirmar certas convicções. Por isso, uma edição dedicada à própria crítica. A opção pode soar ensimesmada à primeira vista, mas na realidade trata-se justamente do contrário. Nosso objetivo aqui é menos emoldurar uma visão definitiva da crítica para nós, “segundo a Contracampo”, do que colocá-la em crise, em discussão. Se optamos por falar da crítica neste momento, então, é por acreditarmos que há coisas a serem repensadas, e que nós mesmos temos algo a aprender e a melhorar como críticos.

Dentro desse balanço, algumas perguntas se impõem para nós, hoje, dentro da revista: como fazer uma crítica que seja durável? Como partir da emoção provocada pelos filmes e transformá-la em pensamento? Como reunir ideias soltas em torno de um ponto de vista que sustentará, de fato, uma ideia de revista? São perguntas bastante desafiadoras, talvez até um tanto paralisantes, mas com as quais acreditamos ser necessário se defrontar se se quer fazer uma revista de crítica de cinema. A crítica não é, não pode ser, um exercício arbitrário, limitado a um contato imediatista e superficial com os filmes. Ela precisa ambicionar algo, uma visão de cinema, uma reflexão que se traduza concretamente para o cinema e para o mundo.

Todos esses questionamentos adiantam muito pouco se não estiverem de fato presentes nos textos, na nossa abordagem dos filmes. Temos plena consciência disso, e não é nossa intenção com esta pauta valorizar a crítica, afirmando sua importância na base do grito. Para que a crítica supere o descrédito e a insignificância à qual se encontra relegada hoje, é necessário antes que os próprios textos afirmem sua importância, que mostrem a que vieram, que digam alguma coisa de fato, algo de importante. Que essa pauta seja apenas uma breve parada, que ela nos sirva de lição para continuarmos nosso caminho ao lado dos filmes.

 
     
  Calac Nogueira e João Gabriel Paixão  
     
  Abril de 2013