Abertura: Número musical
Lenny
comédia par rir bastante
exterior dia num jardim – festa bacanal
ajaponezado jogando dinamite numa festa
close de Helena que vê o objeto, pega e põe
na bolsa (tudo pode ser útil)
picnic de pessoas nuas com música (Sonda boys)
o tempo todo
trepam: mulher por cima e o cara quase gozando.
todo mundo amontoado no chão; bêbados no
jardim
– tensão em xangai
(o cara trepando, com passagem para Xangai, detalhe)
entrada de Helena botando dinamite debaixo de uns três
caras que querem comer ela. Ela diz: "Detesto o
sexo" e enfia a dinamite, calmamente, acende dinamite
e troca, botando dinamite acesa na mão do cara
por baixo e sai
o casal que trepa explode, caem braços e pernas
letreiros
é a Betty Bomba, BB
ela vê (figuração Petticov, Mojica)
um garçom contratado para a festa, o uísque
acabou e o garçom está sem fazer nada,
de smoking. ela despreza os outros e leva o garçom
para casa
ela sai no seu carro, um chevrolet antigo, e leva para
um apartamento que ela sabe que não tem ninguém;
esqueci minha chave; arromba a porta; ele arromba; eles
entram num apartamento burguês, que ela não
conhece.
ela vai tomar banho antes de trepar: ela manda ele tomar
banho e fica fumando, assistindo, sentada na privada,
contando uma historinha (examina casa, vê janela,
tapa com cortina e põe banquinho)
ela enche banheira (ela organiza banho para ele, quase
mudo) de champagne, cerveja, perfumes aí ela
entra junto. a tara dela é ver alguém
tomar banho com esse ritual mas ela tem nojo e fala:
você trabalhou muito hoje, vou te preparar um
banho, você é garçom há quanto
tempo? põe repolho, flores, conversando com ele.
você trabalha há muito tempo de garçom?
estou fazendo a volta ao mundo, hoje eu devia estar
no México
quando ele entra no banheiro ela traz pick-up imediatamente
e põe disco de música japonesa.
– olha que engraçado, um disco japonês
– eu ainda não conheço o Japão
ela pega roupas e objetos pondo numa malinha
– olha, mas esse apto. é seu mesmo?
ela enfeita-o com roupas, bem ridículo
começam a beijar. ela prepara a mala. bulinam
no sofá. ainda não.
ela interrompe para roubar algo. tira livro da estante,
lê em voz alta e escreve na parede com batom:
A LOUCURA É O SOL QUE NÃO DEIXA O JUÍZO
APODRECER; STO AGOSTINHO
se beijam, rolam pela parede.
ela manda ele subir no banquinho; beija-o desbragadamente,
ela está parada
ele faz pose de Charles Atlas, ele confessa
– você é louca mas gamei... tão
diferente... você é tão estranha,
é normal?
– normalíssima
Rogério Sganzerla
|