Votação
dos leitores
1. Caché, de Michael Haneke
2. O Céu de Suely, de Karim Aïnouz
3. 2046, de Wong Kar-wai
4. Volver, de Pedro Almodóvar
5. Miami Vice, de Michael Mann
6. Os Infiltrados, de Martin Scorsese
O Plano Perfeito, de Spike Lee
8. Amantes Constantes, de Philippe Garrel
9. Dália Negra, de Brian De Palma
Ponto Final Match Point, de Woody Allen
(veja aqui
a lista completa
dos filmes votados pelos leitores)
Escolha da redação
1. Amantes Constantes,
de Philippe Garrel
2. 2046, de Wong Kar-wai
Miami Vice, de Michael Mann
4. Os Infiltrados, de Martin Scorsese
5. O Plano Perfeito, de Spike Lee
6. A Dama na Água, de M. Night Shyamalan
7. O Crocodilo, de Nanni Moretti
O Novo Mundo, de Terrence Malick
Reis e Rainha, de Arnaud Desplechin
10. O Céu de Suely, de Karim Aïnouz
Espelho Mágico, de Manoel de Oliveira
Volver, de Pedro Almodóvar
(veja aqui
as listas nominais
dos redatores de Contracampo)
1. AMANTES CONSTANTES, DE
PHILIPPE GARREL
... e finalmente um filme de Philippe Garrel chegou
aos nossos cinemas. Chegou de forma inesquecível, retomando
a secura e a poesia desértica de O Nascimento do
Amor. Se o filme terminasse após a seqüência das
barricadas, já mereceria estar em qualquer lista de
melhores. A cena, que começa como um filme de atualidades
sobre maio-68, pouco a pouco ganha ares mitológicos,
até que os jovens insurgentes, carregando tochas, são
engolfados por um vale de escuridão absoluta, espécie
de noite originária de todas as revoluções, de 1789,
de 68 ou de um tempo ainda por chegar. Na manhã seguinte,
após a antológica cena em que foge da polícia, o personagem
de Louis Garrel parece acordado de um sonho, embora
a sujeira em seu rosto ainda tente guardar a materialidade
da experiência vivida. O destino do filme está traçado:
a memória e a realidade se extenuarão mutuamente, o
lúdico do sonho e as trevas da consciência terão seu
mais longo combate. A narrativa caminha languidamente,
até o momento em que a duração, antes dilatada pelo
ópio, se vê diante da necessidade de ruptura. A tristeza
então se aprofunda, pois as medidas de sobrevivência
individual precisam deixar para trás não apenas um ideal
de comunidade, como também o amor em sua forma mais
intensa. Por essas e outras, Amantes Constantes
é um choque, um filme que jamais superaremos. (Luiz
Carlos Oliveira Jr.)
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a crítica do filme
2. 2046, DE WONG KAR-WAI
Depois de uma experiência de assentamento e controle
(Amor à Flor da Pele), o cinema de Wong
Kar-wai tomaria o rumo de um aperfeiçoamento
sufocante e progressivamente inócuo rumo ao academicismo
de autor? 2046 dá definitivamente a prova
do contrário, criando um universo de excessos
e desequilíbrios (visuais, narrativos) que povoam
o filme de instabilidade (das vidas, dos encontros,
dos sentimentos) e, já que o resultado é
sempre o abismo, o vazio (o buraco que só as
palavras preenchem com segredos), resta a contemplação
do efêmero, e sua estetização extrema.
Filme excêntrico em seu sentido literal: o equilíbrio
do quadro tende sempre para as laterais ou mesmo para
o fora-de-campo, fazendo da imagem mais um campo de
apreensão precária do que uma instância
de domínio. Que ninguém se engane aqui
pelo preciosismo e pela saturação de cores
aberrantes que mergulha em cheio no cafona: Wong Kar-wai
vai muito além de uma grife visual, e a exuberância
superficial de seus filmes esconde sempre uma densidade
de visão de mundo que é o que dá
o gosto particular de seu cinema. Com 2046, a
estética do fluxo ganhou seu Casablanca:
desmesurado e trágico, ao final só resta
dizer ao mundo "Here's looking at you, kid".
(Ruy Gardnier)
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a crítica do filme
2. MIAMI VICE, DE MICHAEL MANN
Michael Mann nos instaura de imediato no meio da intriga,
no meio do seu universo de profissionais durões, de
intriga ética entre público e privado, de um inventário
estético de superfície, de um mal estar melancólico
contemporâneo. Miami Vice é um filme que os fãs
de Michael Mann sempre quiseram ver, experimental de
150 milhões de dólares onde todas as obsessões do cineasta
afloram na tela. Mann se perde no fluxo de sentidos;
do céu de Miami ao passeio pela América Latina, num
filme que consegue ser de uma alternância radical de
tons e espaço, sem nunca perder um grande rigor de construção
dramatúrgica. 2006 foi um ano cheio de filmes americanos
de autor que dão seqüência a um trabalho de pesquisa
estética, mas nenhum deles ela é levado ao limite com
tamanha segurança como em Miami Vice. (Filipe
Furtado)
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a crítica do filme
4. OS INFILTRADOS, DE MARTIN SCORSESE
"Os que partiram". Com essa caracterização, pronunciada
em duas ocasiões de enterro em Os Infiltrados
(a saber: o de uma mãe e o do seu filho), Scorsese designa
os personagens que atravessam seu último filme (assim
como atravessam as suas próprias vidas e as instâncias
de poder). Os jogos de gato e rato, cuja circularidade
vai se desvelando e se complexificando em seu decorrer,
ao mesmo tempo em que apontam para a inexistência de
estruturas claramente definidas, em termos de autoridade,
hierarquia e antagonismos, apagam o valor das identidades,
dos cargos e das posições sociais frente ao risco premente
da morte. Medo, neurose, tensão; os sentimentos refletidos
nos olhos de Leonardo DiCaprio em Os Infiltrados
levam a paranóia, já presente em O Aviador, do
interior de um homem ao interior do Estado. E, se por
um lado, mergulhar nos sistemas que este abrange é desaparecer
(perder a identidade, morrer), por outro, estes sistemas
avançam como uma praga, espalhando suas tramas a todos
os interstícios da sociedade, envolvendo de uma forma
ou de outra os indivíduos. Scorsese prossegue interligando
indivíduo e sociedade, o particular e o público, de
uma forma bastante impactante: "heróis" e "vilões" são
duas faces da mesma moeda, indissociáveis. Seus papéis
são inclusive intercambiáveis. O que se conhecia como
organização regulamentada da sociedade está ruindo,
por uma mudança fundamental de paradigma: a circulação
e modulação incessantes já não permitem mais a instalação
em qualquer posição circunscrita e marcada. É o que
nos diz também a montagem simultaneísta de Thelma Schoonmaker,
que funde os tempos e os espaços num só amálgama. E
para lidar com esta nova realidade é preciso "crescer",
como diz Costello a Sullivan compreender que
não há como apontar culpados impunemente, pois estamos
todos no mesmo barco da História. (Tatiana Monassa)
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a crítica do filme
5. O PLANO PERFEITO, DE SPIKE LEE
O Plano Perfeito tem, em sua estrutura, duas
características aparentemente contrastantes: ser um
filme de gênero, hollywoodiano, de alto orçamento e
intensa inserção no modelo industrial e, simplesmente,
ser dirigido por Spike Lee. Mas, ao contrário de uma
diluir a outra, é dessa soma de fatores que este filme
tira sua força e sua graça. Pois, de um lado, temos
uma das brincadeiras mais bem-sucedidas, e bem dirigidas,
dos últimos anos, com todas as regras do gênero perfeitamente
colocadas, como se Lee mostrasse que, se fosse sua intenção,
seria o diretor contratado mais talentoso dessa indústria.
E, de outro, uma das construções políticas mais instigantes
desta Nova Iork de mil nacionalidades e esqueletos,
cada regra escondendo uma camada, uma visão, o olhar
sempre crítico do diretor sobre aquilo que o cerca.
Ao mesmo tempo uma homenagem e uma transgressão, O
Plano Perfeito é um golpe de mestre. (Leonardo
Levis)
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a crítica do filme
6. A DAMA NA ÁGUA, DE M. NIGHT SHYAMALAN
Fé, união, aceitação do próximo, solidariedade e esperança.
Conceitos otimistas e cristãos, exaustivamente trabalhados
em filmes insípidos e moralizantes. Filmes que tomam
eles como finalidade e não como preceitos, como se todos
tivéssemos de ser adestrados em um jogo de caminhos
fixos que é a vida para que entendamos e exerçamos tais
ideais. A beleza de A Dama na Água está em inserir
esses conceitos na história como parte da natureza dos
personagens, habitantes de um condomínio no qual aparece
Story, uma ninfa aquática com uma missão a cumprir.
Se para alguns essa prerrogativa faz o filme parecer
ingênuo, infantil ou bobo, para Shyamalan é por esse
lado que se atinge a pureza dos olhos de uma criança.
Os personagens, os espectadores e o próprio diretor
desejam acreditar naquele conto de fadas que lhes é
contado porque todos sentimos falta da fantasia em um
mundo que perdeu a capacidade de imaginar. Shyamalan,
no entanto, nos ensina a fazê-lo recuperando e reconstruindo
a linguagem da ficção. Sua alternância entre o uso do
fora de quadro e o da computação gráfica para pôr em
cena as criaturas fantásticas é a maior prova disso.
Em um filme que marca sua mudança de estúdio, com o
objetivo de obter maior liberdade de criação, Shyamalan
se reinventou para se livrar de vez de estigmas comerciais
que perseguiam sua carreira, como o do “diretor dos
finais surpreendentes”, e mostrou que o seu maior interesse
é expandir os limites da ficção. (Bernardo Barcellos)
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a crítica do filme
7. O CROCODILO, DE NANNI MORETTI
O filme de Moretti traz de forma implícita uma velha
preocupação, mais uma vez decisiva: como o cinema pode
pretender discutir as relações entre a política nacional
e o cotidiano das pessoas e, a partir disso, tomar partido
e levar o espectador à reflexão? Na mesma Itália onde
o cinema assumiu facetas ora profunda ora superficialmente
ativistas, o filme de Moretti procurou expor a crise
deste papel nos anos de Berlusconi, de seus times de
futebol e dos seus canais de TV. Por saber o quão antiga
é essa questão em torno da representação da grande política
pelos filmes, O Crocodilo lança um olhar sobre
o papel e o espaço social do cinema, quando o cinema
de gênero que se contrapunha ao cinema dito politizado
de décadas atrás encontra-se igualmente decadente
pelo menos nas suas formas puras, pois o que O Crocodilo
faz é assumir que atualmente, para se comunicar e provocar
seu público, um filme sobre as questões da grande política
pode (ou deve?) seguir certos procedimentos do cinema
de gênero. Para isso, o filme se utiliza de toda sorte
de artifícios narrativos a partir duma trama em que
um produtor decadente de filmes de gênero se vê envolvido
na produção de um idealista filme-denúncia sobre Berlusconi.
Ao final, O Crocodilo mostra o seu lado devorador
quando traz uma nova questão: como refletir sobre personagens
tão gigantescos e caricaturais como Berlusconi? Na mesma
Itália de Nero e Calígula, Moretti faz uma nova declaração
de princípios para o seu cinema. Se para trazer suas
preocupações políticas e estéticas ele se utiliza do
formato da comédia de erros e do enredo auto-referente,
para expor o seu ataque a uma figura real ele próprio,
o autor, também precisa se mostrar. Moretti leva ao
limite a crise entre autor de ficção e personagem real
e, se Berlusconi tem muitas facetas (e nenhum
o redime), é preciso que o próprio Moretti se veja e
se coloque como Berlusconi para expô-lo e entender o
que ele representa. No final das contas, o mundo mudou
depois desse filme? Bem, na verdade o mundo muda sempre,
e certamente o cinema mudou bastante só não percebe
quem não viu. (Daniel Caetano)
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a crítica do filme
7. O NOVO MUNDO, DE TERRENCE MALICK
O tom de espreita e sussurro com que O Novo Mundo
se inicia nos introduz ao mundo íntimo e próprio da
personagem, onde corpos humanos nadam sob as águas em
harmonia com os peixes, ao som da natureza. Em algum
momento ainda do início, esse murmúrio é contrastado
com uma música grandiloqüente e grandes caravelas
que se aproximam da terra firme. Ainda assim, essas
embarcações que vemos chegar são os próprios nativos
da terra que as vêem em olhares que espreitam por entre
a vegetação. Como fazer uma obra intimista e sensória
a partir de um importante mito fundador da sociedade
norte-americana, tão passível a carregar pré-significações
e tons épicos? É a partir deste contraste que Terrence
Malick dá vida a seu filme, indo do micro ao macro,
conciliando extremos. Partindo como que de dentro do
corpo e do espírito da protagonista, Pocahontas, o filme
nos permite perceber a maravilha e a força geradas a
partir da relação do íntimo com o mundo externo. É desta
forma que o diretor trabalha primorosamente a percepção
de seus personagens, na qual o estranhamento do olhar
é também encantamento. Isso é possível porque se adere
aos olhares e se prima por fazer um cinema que revela
sua grandeza ao deter-se nos detalhes, tratando da reconciliação
do homem consigo mesmo e com a natureza, da harmonia/desarmonia
que rege o mundo, de uma beleza que é convulsiva por
ser ao mesmo tempo plena e inatingível por completo.
Em nenhum momento do filme, a não ser nos créditos finais,
há menção ao nome Pocahontas, pois não é o peso de significados
do nome ou do mito que a personagem ou o filme carregam,
mas a fluência do intimo, do detalhe, do olhar, da descoberta
deslumbrante e dolorosa de um novo mundo para cada personagem
e da vida, que inquieta tanto Malick por ser impregnada
de caos e beleza. Sendo assim, que a inquietude prospere,
para que Malick siga dando à vida obras-primas como
esta. (Luisa Marques)
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a crítica do filme
7. REIS E RAINHA, DE ARNAUD DESPLECHIN
Podemos comparar a experiência de assistir a Reis
e Rainha ao ato de entrarmos num labirinto. A cada
nova seqüência somos direcionados por Arnaud Desplechin
a penetrar por fragmentos das vidas de Nora e Ismaël
sem saber a direção certa que iremos tomar ou se essas
direções irão realmente nos transportar a algum destino.
À medida que o diretor começa a nos ajudar a encontrar
nossas trilhas e também a de seus personagens
vemos aparecer diante de nossos olhos entradas
e caminhos que ilustram ao mesmo tempo um pouco da grandeza
e do efêmero na existência humana. A saída deste labirinto,
que vem através da conversa entre Ismaël e o garoto
no interior do Museu do Homem, só vem marcar de forma
extremamente gloriosa o clímax dessa experiência que
para sempre nos deixará marcado, nos impingindo compulsivamente
a buscar um novo mergulho na obra de Desplechin, seja
através deste ou de qualquer outro de seus filmes.
(Gilberto Silva Jr.)
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a crítica do filme
10. O CÉU DE SUELY, DE KARIM AÏNOUZ
Um ponto de partida extremamente simples: Hermila viaja
com o filho para uma cidade pequena do nordeste, de
onde é sua família, e por lá deve esperar o marido,
que pretende montar uma barraca de cds piratas. Claro,
as coisas nunca são tão simples, e Hermila espera em
vão por um marido que nunca irá encontrá-la. Como lá
ela vive de vender rifas, não tardou para que tivesse
a idéia de vender seu corpo em uma delas, para ter o
dinheiro para "ir o mais longe possível dali". É aí
que o filme mostra sua face mais amarga e tocante. Hermila
tenta se transformar em Suely, para satisfazer o ganhador
da rifa, mas não consegue deixar de ser Hermila. O resultado
é uma cena de sexo das mais tristes e desesperadas do
cinema recente, em muito graças ao desempenho impecável
de Hermila Guedes. Há ainda a tensão sofrida por João
Miguel, que espera, também em vão, que Hermila desista
de fugir. O Céu de Suely mostra agonia e desespero,
sem que uma cena sequer resvale no sentimentalismo.
Para a câmera de Ainouz, o que interessa é a procura
por melhores dias. (Sérgio Alpendre)
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a crítica do filme
10. ESPELHO MÁGICO, DE MANOEL DE OLIVEIRA
Equilíbrio, leveza, graça. Rigor e poesia na construção
da imagem, sutileza plástica, texturas de cores transcendentais.
Espelho Mágico é um filme que invade delicadamente
todos os nossos sentidos. Análogo a um belo pôr do sol,
a um jardim florido ou ao vento que acaricia as árvores,
o filme do mágico Manoel de Oliveira, se não é um pequeno
milagre das potencialidades pictóricas, sensoriais e
temporais da arte cinematográfica, chega bem perto disso.
A busca do Homem pelo divino. A ação e a natureza do
tempo. A espera por um milagre. A culpa dos ricos, o
sofrimento dos pobres e as desigualdades sociais. O
tempo é um espelho que reflete todas as nossas angustias
e a maior delas: a chegada da morte é também a única
certeza que a vida nos dá. (Estevão Garcia)
leia aqui
a crítica do filme
10. VOLVER, DE PEDRO ALMODÓVAR
Assistir a um filme de Pedro Almodóvar é esperar pelo
trágico, e pelo cômico. Pela morte, e pela vida. Contradição?
Não. Apenas tentativas de síntese de categorias que
se diluem. (Re)conhecer personagens, explorar dramas,
viver as vidas, com suas idas e vindas, chegadas e partidas.
Volver retoma a trama melodramática característica
dos últimos filmes do diretor e o tom cômico de seus
primeiros filmes. Uma mistura bem ao gosto do espanhol,
filme colorido, que faz rir e faz chorar. Estar ao lado
de Raimunda, Irene, Sole, Agustina e as tantas mulheres
de Almodóvar é compartilhar em um universo surreal (ou
sobrenatural) as peculiaridades e emoções que a vida
tem para oferecer a elas. Mas Almodóvar faz do espectador
personagem e nos coloca em uma trama cheia de intrigas
e especulações, menos importantes que o contato com
o outro e a relação afetiva que os unem. Afinal, como
não reconhecer o cheirinho do peido de nossas mães?
(Raphael Mesquita)
leia aqui
a crítica do filme
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