Outono
em Nova York,
de Joan Chen
Autumn In New York, EUA,
2000
Winona Ryder mais
uma vez como namoradinha da América, a Gabriela Duarte iânque,
que dessa vez interpreta uma doce adolescente que tem seus dias contados
devido a um câncer fatal. Richard Gere mais uma vez como o galã
de meia-idade, o homem bem-sucedido e glamuroso que está sempre
rodeado de mulheres com quem entretanto ele jamais vai desenvolver um
relacionamento sério. Fica clara a equação: Love
Story + Pretty Woman = Outono em Nova York. Todo o possível
charme que o filme poderia ter (goste-se ou não, é um casal
de charme) é diluído na lógica do menor esforço
que povoa todo o filme, a caracterização fácil, as
intrigas mais que batidas, e acima de tudo a pinta incrível de
água-com-açúcar para senhoras-de-meia-idade-que-não-acreditam-mais-no-amor.
Sob esse aspecto, então, o filme funciona à maravilha: Richard
Gere é o garanhão que abandona todos os seus casos semanas
depois de começar. Ele encontra a singela Winona quando ela vai
jantar em seu restaurante chiquérrimo e caríssimo (que lhe
dera uma capa de revista). Eles se encontram, eles começam a ter
um relacionamento, ele trai a menina e depois percebe que não consegue
viver sem ela. Será tarde demais? Em todo caso, Outono em Nova
York é a história da transformação de
um Don Juan em um amante platônico, de um homem em um idoso, de
uma pessoa sexuada em um pobre estéril. Claro, tudo isso falseado
como pose de paixão e maturidade. Oh Deus, se maturidade for isso
peço para ir junto com Peter Pan!
Ruy Gardnier
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