American
Pie 2 - A Segunda Vez é Ainda Melhor,
de James B. Rodgers
American
Pie 2, EUA, 2001
A gente conhece o que vem: o segundo American Pie, um relato tão
tradicional sobre os costumes da juventude da América (a América
deles) quanto a famosa torta de maçã que representa
a sobremesa preferida da família americana. No primeiro havia uma
piada com a torta; nesse, nada. Mas em compensação, a fórmula
principal é repetida: uma situação sexual que é
transmitida para toda uma comunidade. No primeiro, era a primeira vez
do jovem Jimbo com uma pneumática estrangeira do leste europeu
que era vista em tempo real pela internet por todos seus colegas de colégio.
Dessa vez, um sistema de rádio walkie-talkie opera numa freqüência
aparentemente usada pela cidade inteira, que acompanha com avidez as insinuações
de duas mulheres presumidamente lésbicas para três dos estabanados
jovens amigos.
American Pie 2
é uma seqüência quase ininterrupta de piadas escatológicas
ou semi-pornográficas, como se um brutamontes pegasse um roteiro
dos irmãos Farrelly, elevasse tudo à enésima potência
e saísse filmando. Na maioria das vezes é apenas constrangedor.
Em compensação, uma boa revelação: o pai de
Jimbo, que com uma interpretação absolutamente ritmada para
contrastar com a grosseria do filme, consegue exibir um olhar quase sarcástico
e ao mesmo tempo cheio de ternura para com seu filho. Pois esse American
Pie, mesmo a despeito de toda grosseria, é antes de tudo uma
historinha com moral da história "torna-te aquilo que és":
Jimbo se descobre um geek (nova gíria para nerd)
e namora a menina que toca clarinete (uma band geek para os meninos
da escola), da mesma forma que todos os outros ao fim se conformam com
suas vidas, mesmo que não sejam tão bem-sucedidos assim.
Para eles, a vida continua. Bom para eles. Para nós, apenas um
mal-estar de estar assistindo a um ritual esquisito de uma nova geração
que teve suas primeiras aulas de birds&bees (educação
sexual) com Beavis e Butthead. A pesquisar.
Ruy Gardnier
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