Paulo
Cezar Saraceni
(O Desafio, A Casa Assassinada, O Viajante, Banda de
Ipanema - 11 longas em 41 anos de carreira)
- Como você compararia as dificuldades
de realização de um filme no momento atual com outros já
vividos dentro do cinema nacional? E no lançamento dos filmes e
sua chegada ao público?
- Como você vê o cinema brasileiro
no momento atual, falando em termos de filmes e estética?
- Quais as expectativas para a entrada
de um novo Governo (o que sempre significa toda uma nova série
de orientações para o andamento da produção)?
Quais áreas você consideraria as mais emergenciais em termos
de ação deste Governo?
Caríssimos,
Árdua e dura é a vida de um
cineasta.
Nós, desde que nascemos, lá
por 1896, nunca tivemos mercado. Logo a vida continua sendo dura.
Adoro o digital e filmar com baixos orçamentos...
Sou favorável a que se prenda os produtores e realizadores que
continuam dizendo que fazem filmes para um mercado que não existe,
tomando a verba pouca de muitos cineastas de talento; que não podem
fazer seus filmes.
Filmes brasileiros que gostei recentemente:
os do Julio Bressane, Rogério Sganzerla, e os de Eduardo Coutinho.
Ainda Erik Rocha, Amarelo Manga, Baile Perfumado, Bicho
de 7 Cabeças e Kenoma. E os meus: Banda de Ipanema
e os que fiz para a RAI (Fórum Mundial de Porto Alegre,
Movimento dos Sem Terra e Memória de Garrincha).
O cinema brasileiro continua sendo o melhor,
mas o pessoal que filma não deve ficar pensando em mercado. Mercado
é para comerciante, ou seja, distribuidor e exibidor. O povo brasileiro
adora cinema brasileiro...e sabe qual é o bom.
|