Questionário:
José Sette
1. Ensino: segundo-grau (se possível,
nome completo e indicação se é colégio público
ou privado) e curso universitário (faculdade e curso)
Segundo grau - público e privado.
2. Filmografia como diretor.
Longas - metragens:
Bandalheira Infernal - 1975 - P&B / 35mm - Roteiro, direção,
produção. Ficção política com Paulo
César Pereio, Suzana de Moraes, Rodrigo Santiago. (80 minutos)
Filmado no Rio de Janeiro.
A Casa das Minas - 1977 - Cor / 16mm - Roteiro, direção,
produção e fotografia. Documentário sobre o culto
afro-brasileiro, com o antropólogo Nunes Pereira, filmado em São
Luís do Maranhão e no Rio de Janeiro. (70 minutos)
Um Filme 100% Brazileiro - 1985 - Cor / 35mm - Roteiro, direção,
produção e fotografia. Ficção sobre a vinda
ao Brasil do poeta modernista francês Blaise Cendras com Paulo César
Pereio, Odete Lara, Wilson Grei, Maria Gladys.(90 minutos) Filmado em
Minas, Rio e São Paulo. (Premiado no I Rio Cine Festival como melhor
produção e melhor linguagem cinematográfica. Premiado
no I Festival de Cinema de Fortaleza com melhor cenografia. Convidado
para o Festival de Cinema de Berlim, na Alemanha em 1987 ).
O Rei do Samba - 1999 - Cor / S16mm - editado em video Beta SP
- Roteiro, direção, produção. Ficção
musical sobre a vida e a obra do compositor Geraldo Pereira com o sambista
Gérson Rosa e a passista Rosana Silva (80 minutos) Filmado em Minas
e Rio de Janeiro.
Curtas - metragens :
Cidade da Bahia - 1975 - Cor / 16mm p/ 35mm - Roteiro, direção,
fotografia e edição. Documentário sobre a cidade
de Salvador. (7 minutos)
Natureza Torta - 1976 - Cor / 35mm - Roteiro, direção,
fotografia e edição. Documentário sobre os problemas
de posse de terra em Belém do Pará. (12 minutos)
Naturalista Krajsberg - 1978 - Cor / 35mm - Roteiro, direção,
fotografia e edição. Documentário feito em Ouro Preto
MG sobre o famoso escultor.(10 minutos)
Natureza e Escultura - 1978 - Cor / 35mm - Roteiro, direção,
produção e edição. Documentário sobre
encontro de escultores e artistas plásticos brasileiros. (14 minutos)
Dr.Lund. O Homem de Lagoa Santa - 1979 - Cor / 35mm - Roteiro,
direção e edição. Documentário ficção
sobre o paleontólogo dinamarquês e sua descobertas revolucionárias
no interior das Minas Gerais. (22 minutos) (Convidado para o Festival
de Cinema de Brasília de 1979 ).
Goeldi. Um Sorriso Por Favor - 1981 - Cor / 35mm -Roteiro, direção,
fotografia e produção. Documentário ficção
sobre o famoso gravador e artista carioca em contraste com o cinema expressionista.
(20 minutos) ( Premiado com o melhor filme e melhor montagem - Rogério
Sganzerla - no Festival de Cinema de Brasília de 1982 - Convidado
para o Festival de Cinema de Oberhausen na Alemanha 1983).
Encantamento de Camargo Guarnieri - 1990/98 - Cor / P&B / 16mm
p/ 35mm - Fotografia, roteiro, direção, produção
Documentário musical sobre a vida e a obra do ilustre compositor
erudito paulista. Abriu o Festival de Brasília de 1999. (37 minutos)
.
A Janela do Caos - 2000 - Cor - 35mm - Roteiro -Produção
e Direção. Documentário ficcional sobre o grande
poeta mineiro Murilo Mendes. (28 minutos)
Eu e os Anjos - 2001 - Cor - Vídeo Beta - Roteiro - Produção
e Direção. Documentário do espetáculo de teatro
"Eu e os Anjos", sobre o poeta Augusto dos Anjos, com o ator Kimura Schettino
e depoimentos de Ferreira Gular, Ledo Ivo, Ivan Junqueira, Alexei Bueno.
(42 minutos)
VER TIGEM - 2002 - cor - 35mm - roteiro, direção,
fotografia, edição, produção. Curta poético
sobre o fascinante artista plástico mineiro Arlindo Daibert. (8
minutos).
3. Filmografia atuando em outras funções.
Fotografia do filme do Julio Bressane Cinema
Inocente, montagem do curta Geografia do Som de Fábio
Carvalho, fotografia dos curtas do diretor Rogério Terra, entre
outros.
4. Com que estrutura de produção
foram realizados seus curtas-metragens?
Foram, na sua maioria, realizados com produções
independentes, sempre trabalhando com uma equipe de iniciantes e que aprendiam
enquanto participavam da realização dos mesmos - Fotografia,
som direto, edição, etc.
5. Por que o curta-metragem como formato?
Sempre fiz dos meus filmes, curtas e longas,
um meio de divulgação de nossa cultura através do
resgate dos personagens esquecidos e/ou pouco lembrados de nossa história,
e da experimentação de uma nova estética cinematográfica,
buscando uma linguagem que onde o espectador não era obrigado a
ver mas a ter visões.
6. Qual foi o tipo de financiamento dos
filmes que você dirigiu?
Embrafilmes - o longa Um Filme 100% Brasileiro,
Minc, o curta A Janela do Caos, Prefeitura de Juiz de Fora e Cemig
O Rei do Samba, Prefeitura de Juiz de Fora, o curta Vertigem.
7. Os incentivos municipais, estaduais
e federais à produção de filmes de curta-metragem
têm se revelado suficientes e/ou necessários para dar vazão
à produção a fazer (à sua própria,
à da sua região)?
Não e Não.
Se não, quais são as alterações
ou novas propostas a adicionar às já existentes?
Aumentar as verbas destinadas a um cinema
que seja experimental,cultural e de baixo orçamento e principalmente
prestigiar àqueles diretores que já comprovaram a sua capacidade
de realizar bons filmes e que estão esquecidos e marginalizados.
8. Por que você faz cinema?
É a única coisa que eu sei
e que eu quero fazer.
9. Quais as suas influências?
O cinema brasileiro em geral e o expressionismo
alemão.
10. Quais são seus projetos e/ou
objetivos como realizador?
Realizar filmes que retratam fatos e personagens
esquecidos de nossa história.
11. Como você vê a produção
contemporânea de curta-metragem no Brasil?
Sofre muita influência do cinema de
mercado. Todos os novos realizadores querem contar uma historinha e mostrar
que são capazes de fazer um filme que agrade à classe média
e à elite que são os espectadores que freqüentam hoje
os festivais e circuitos onde esses filmes são exibidos
12. Como você vê o cinema
brasileiro recente?
Caminhando com dificuldades, pois não
possuímos o nosso mercado, não somos prestigiados pela mídia,
não existem mecanismos de financiamento que acreditem no cinema
brasileiro independente e de baixo orçamento, nossos filmes não
são exibidos na televisão, nos cinemas, a lei de obrigatoriedade
de exibição do curta não é respeitada pelo
exibidor e para finalizar todo o nosso audiovisual está dominado
pelo cinemão estrangeiro, com algumas exceções nacionais
já bastante conhecidas.
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