Simplesmente
Martha,
de Sandra Nettelbeck
Drei
sterne, Alemanha, 2001
Simplesmente
Martha faz parte do Foco Alemanha neste
Festival do Rio BR 2002. Vamos torcer para que não seja significativo
da produção alemã a ser mostrada. É claro que não é um filme ruim. Só
é um filme careta. Não que dissemine valores da extrema direita ou que
seja moralista. É apenas careta. Sem nada que o diferencie do resto, é
previsível, com personagens de uma simplicidade irritante. Não é crime
fazer um filme assim. Mas também não o é avisar. É um cinema extremamente
correto, sem imperfeições técnicas, temáticas, feito para cativar e na
medida do possível, emocionar.
A vida da chef de cozinha
Martha muda quando sua irmã morre e ela vai cuidar da sobrinha. Pronto.
É isso. No meio tem muita comida, coisa de fazer sair do cinema com uma
fome que será saciada na pastelaria da esquina, já que a correria do Festival
não permitirá ao cinéfilo procurar um restaurante do nível do de Martha.
Isso pode parecer implicância,
e é. Simplesmente Martha irrita porque não é possível falar mal
dele. Soaria cruel. No final da sessão uma vontade persiste, mas não há
motivo concreto que justifique qualquer ataque. Mediocridade? Talvez.
É mais falta de ousadia. Cinema de cartilha, de manual de roteiro. Quadrado.
Perfeitinho. Um desafio à crítica. Tem Sergio Castellito mostrando que
é um ator e tanto, mas até ele só está cumprindo um papel burocrático
dentro de um filme burocrata onde as atuações, como não poderia deixar
de ser, são apenas um detalhe técnico a ser bem trabalhado, como a fotografia
ou a edição de som.
Bom para se ver em um
domingo chuvoso quando entrar em cartaz. É possível que isso aconteça.
Um filme despretensioso para distração sem culpa. Durante o Festival é
bom procurar outra coisa.
João Mors Cabral
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