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1. CUSTO INDUSTRIAL DO FILME O quadro comparativo dos orçamentos cinematográficos no Brasil é mais ou menos o seguinte: Um filme que em 1959/1960 era tido como de orçamento médio, acessível aos produtores interessados pelo surto do cinema novo, custava por volta de seis milhões de cruzeiros (Barravento, Cafajestes, Porto das Caixas). Hoje, filmes desse padrão orçamentário, técnico e artístico, não custam menos de trinta milhões. Os filmes caros daquela mesma época giravam em torno dos quinze a vinte milhões (Pagador de Promessas); hoje, com a busca incessante de aperfeiçoamento de toda a espécie (parece ter cessado o pitoresco conformismo para com as deficiências formais de certos filmes) o preço mínimo de um filme oscila entre os setenta e oitenta milhões. 2. UM CURSO QUE MARCOU ÉPOCA Em fins de 1962 o Itamarati, através de seu Departamento Cultural e de Informações (Divisão de Difusão Cultural) promoveu em boa hora um Seminário de Cinema que foi ministrado pelo cineasta sueco Arne Sucksdorff. O patrocínio de tal medida foi da Unesco que selecionou, na Europa, o cineasta Sucksdorff e lhe facilitou os meios da viagem. O Seminário durou aproximadamente seis meses e produziu, no cinema novo, alguns resultados práticos, especialmente no que respeita à formacão de pessoal técnico. Sendo mais acentuada a tendência à fotografia do que propriarnente à realização, da parte do autor de A Grande Aventura, foi essencialmente de fotógrafos a safra útil do Seminário. Entre eles Dib Lutfi e Luiz Carlos Saldanha. E mais ainda: Eduardo Escorel, Arnaldo Jabor, Flávio Migliaccio, Nelson Xavier, Roberto Bakker. Os alunos tiveram finalmente a oportunidade de praticar no filme Fábula que, fora do Seminário, Sucksdorf realizou durante quase dois anos no Rio de Janeiro. |
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