Todas as 108 listas

 

De todas as pesquisas de melhores filmes brasileiros, esta realizada por Contracampo nos parece ser a mais completa – e não apenas a maior: a diferença é sutil, mas sem dúvida, crucial. Até então, as listas ou eram consultas a universo muito pequeno (às vezes, com 10 pessoas, e no geral, não mais que 30 ou 40), ou bastante restrito (críticos e pesquisadores em grande maioria, quando não absoluta), até tendencioso. Pois se um de nossos objetivos-maiores era justamente não repetir certos cacoetes usuais deste tipo de enquete, o desafio passava de início por pelo menos dois pontos – além, como já se falou, de evitar o simples constato de uma (natura)lista. Primeiro, por fugir ao óbvio ululante, às cartas marcadas, à pesquisa somente junto aos nomes mais reconhecidos – pois se uma cinematografia não é construída apenas por obras aqui-conhecidas, tampouco o será por meia ou uma dúzia de eleitos. Ou seja, uma questão de conjunto, diálogo ou processo coletivo: uma pesquisa feita somente com os nomes de sempre não significaria grande coisa, provavelmente não mais que uma lista com os nomes de sempre.

Segundo, por dar o máximo de liberdade às pessoas para construírem suas listas: abarcar, como já se disse, não quer dizer enquadrar, e o que o leitor pode conferir nas 108 listas é que há de tudo um pouco, inclusive muitos comentários. Aliás, desde o início a idéia era que as listas fossem acompanhadas por um texto mais ou menos curto – mas se a proposta foi deixada de lado (por uma questão, digamos, de inviabilidade técnica), espontaneamente o que aconteceu é que, entre justificativas, preâmbulos e notas pessoais, de certa maneira ela se realizou. Algumas pessoas chegaram mesmo a escrever quase ou verdadeiros artigos (Fernando Albagli, Cacá Diegues). Houve também gente que fez sua lista com 6, 15, 25 ou até mais filmes, ou só com documentários (João Moreira Salles), ou ainda uma segunda lista para os curtas (Jorge Furtado). E por nós, vale dizer, tudo isso está excelente: a proposta sempre foi que as listas fossem mesmo livres e o quão pessoais possível – afinal, cinema só se vê com os próprios olhos.

O leitor que veja então, com seus próprios olhos, as 108 participações-contribuições de nossa lista – nossa mesmo: da Contracampo e de todos que ajudaram a fazê-la. (Juliano Tosi)

* * *

Adriana Rattes
Diretora do Grupo Estação
Segue a minha lista, sem ordem de importância e com muitas, muitas dúvidas. Inclusive, acho que em listas como essas, os filmes mais recentes ficam prejudicados pela falta de perspectiva para julgá-los.
1. Limite
2. Rio 40 Graus
3. Assalto ao Trem Pagador
4. Deus e o Diabo na Terra do Sol
5. Terra em Transe
6. Toda Nudez Será Castigada
7. Macunaíma
8. O Casamento
9. Os Fuzis
10. Central do Brasil

Affonso Beato
Diretor de fotografia (O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, O Bravo Guerreiro, Orfeu)
1. Limite de Mário Peixoto
2. Deus e o Diabo na Terra do Sol de Glauber Rocha
3. O Padre e a Moça de Joaquim Pedro de Andrade
4. O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro de Glauber Rocha
5. Toda Nudez Será Castigada de Arnaldo Jabor
6. Pixote de Hector Babenco
7. Dona Flor e Seus Dois Maridos de Bruno Barreto
8. Central do Brasil de Walter Salles
9. Orfeu de Carlos Diegues
10. Eu, Tu, Eles de Andrucha Waddington

Alexandre Figueiroa
Pesquisador, crítico
Vidas Secas
Deus e o Diabo na Terra do sol
Terra em Transe
Limite
Memórias do Cárcere
O Bandido da Luz Vermelha
Matou a Família e Foi ao Cinema
Cabra Marcado para Morrer
Pixote
Os Fuzis

Alfredo Manevy
Editor da revista Sinopse, crítico
1. São Bernardo, León Hirszman
2. Terra em Transe, Glauber Rocha
3. Cabra Marcado para Morrer, Eduardo Coutinho
4. Os Anchietanos, Jorge Furtado
5. O Casamento, Arnaldo Jabor
6. Os Inconfidentes, Joaquim Pedro
7. O Bandido da Luz Vermelha, Rogério Sganzerla
8. A Hora e Vez de Augusto Matraga, Roberto Santos
9. Cronicamente Inviável, Sérgio Bianchi
10. Os Fuzis, Ruy Guerra

André Francioli
Curta-metragista (O Mundo segundo Silvio Luiz)
Minha lista de "melhores de todos os tempos" nunca é a mesma, variando conforme a circunstância. Ela é absolutamente idiossincrática, afetiva, e contém os filmes que de alguma maneira marcaram minha formação enquanto cinéfilo e cineasta, mudando a minha maneira de encarar o cinema e a própria produção de filmes num país como o nosso. Isso explica, por exemplo, a inclusão de Matou a Família (primeiro Bressane que vi), embora friamente não consiga colocá-lo nem como o melhor filme de Bressane, que de qualquer maneira ocuparia um posto na lista. Isto também vale para À Meia Noite... (primeiro Mojica) e O Dragão da Maldade..., pela potência de sua plástica e a forca de sua mis-en-scène, pelo São Jorge negro, pela deglutição do faroeste que, na época, me marcaram muito (foi o primeiro Glauber que vi, muitos anos antes de entrar na ECA). O Bandido e Bang-Bang sempre encabeçam qualquer lista minha. Os outros seguem sem ordem de importância.
O Bandido da Luz Vermelha
Bang-Bang
Matou a Família e Foi ao Cinema
Limite
Di Glauber

Cabra Marcado para Morrer
O Profeta da Fome
À Meia-Noite Levarei sua Alma
Vidas Secas
O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro
Se houvesse espaço ainda colocaria dois curtas-metragens: Couro de Gato e A.M.A Ceará

André Luiz Oliveira
Diretor (Meteorango Kid, Louco por Cinema)
Adianto que não sou um conhecedor de cinema regular, por isso a minha escolha é muito pessoal; é a partir do impacto que estes filmes (e outros tantos) de igual ou maior importância, tiveram sobre mim em momentos distintos.
Cacareco Vem Aí
Terra em Transe
Viagem ao Fim do Mundo
A Herança
Jardim das Espumas
Amuleto de Ogum
Filme Demência
Cristais de Sangue
Mar de Rosas
Rainha Diaba

André Sampaio
Curta-metragista (Palhaço Xupeta), montador
A Margem
O Bandido da Luz Vermelha
O Despertar da Besta

Terra em Transe
As Aventuras Amorosas de um Padeiro
A Lira do delírio
O Amuleto de Ogum
Carnaval Atlântida
Pixote
A Psicose de Laurindo

André Sturm
Diretor (Sonhos Tropicais, Nem Tudo que É Sonho Desmancha no Ar), distribuidor (Pandora Filmes)
São Paulo SA
Sargento Getúlio
Vidas Secas
Bye Bye Brasil
O Bandido da Luz Vermelha
Todas as Mulheres do Mundo
A Dama do Cine Shangai
Limite
O Olho Mágico do Amor
O Homem que Virou Suco

Andrea Tonacci
Diretor (Bang Bang, Blá Blá Blá)
Limite, Tesouro Perdido, Deus e o Diabo na Terra do Sol, Vidas Secas, Rio 40 Graus, Padre e a Moça, Alô Alô Carnaval, Menino de Engenho, A Lira do Delírio, O Bandido da Luz Vermelha, O Anjo Nasceu, Matou a Família e Foi ao Cinema, Cabra Marcado papa Morrer, Nem Sansão nem Dalila, O Grande Momento, A Hora e a Vez de Augusto Matraga, À Meia Noite Levarei sua Alma, A Mulher de Todos, São Paulo SA, A Margem, Perdida, Cabaret Mineiro, O Canto do Mar, Crônica de um Industrial, Dois Córregos, Os Fuzis, Amélia, Das Tripas Coração, Terra em Transe, O Desafio, O Despertar da Besta, São Jeronimo, Uma Pulga na Balança, Lábios sem Beijos, Santo Forte

Arthur Autran
Pesquisador, professor de História do Cinema na FAAP
1. Terra em transe
2. São Bernardo
3. São Paulo S. A.
4. Limite
5. Deus e o Diabo na Terra do Sol
6. Matou a Família e Foi ao Cinema
7. Os Inconfidentes
8. O Bandido da Luz Vermelha
9. Aopção
10. Rio, 40 Graus
Esta lista só é relativa aos longas-metragens e baseou-se em dois pressupostos: 1) A permanência da força poética e/ou experimental. 2) A importância como matriz e/ou inspiração latente para a produção cinematográfica brasileira.

Bernardo Oliveira
Ex-editor de Contracampo
Melhores filmes brasileiros (gosto pessoal, semi-instantâneo e partidário):
1. Sangue Mineiro
2. Limite
3. A Idade da Terra
4. Câncer
5. HO
6. O Cangaceiro
7. Bang Bang
8. O Despertar da Besta
9. Finis Hominis
10. Orgia ou o Homem que Deu Cria
11. Cara a Cara
12. O Caso dos Irmãos Naves
13. São Bernardo
14. A Mulher de Todos
15. Tudo É Brasil

Os filmes mais importantes (reais e imaginários):
1. "Tomada de vista" realizada por Alfonso Segreto na entrada da Baía de Guanabara, a bordo do paquete Brésil. Até que se prove o contrário, certidão de nascimento do cinema brasileiro: 19 de junho de 1898.
2. ANTOLOGIA DO MAJOR REIS, de Jean-Claude Bernardet (org.) e O CINEGRAFISTA DE RONDON de Jurandir Noronha, por representar quase exclusivamente o legado do homem que, entre outras façanhas, esperava a noite cair para revelar os negativos... com água do Rio Amazonas!!!
3. "... a contribuição do brasil ao cinema-fenômeno universal" ou "como o rapazinho se fez homem": BARRO HUMANO, fruto da colaboração apaixonada de Paulo Benedetti, Adhemar Gonzaga e Pedro Lima.
4. LIMITE e
5. BRASA DORMIDA, por representarem um movimento curioso de revitalização intelectual do cinema brasileiro. Este último foi cavalo de batalha de Adhemar Gonzaga e deflagrou um debate político na antológica revista Cinearte. Tal debate, porém, jamais deixou de suscitar reflexões justas e pertinentes sobre nosso cinema.
6. O CANGACEIRO. Uma obra-prima injustiçada. Confundem a genialidade de Lima com o fracasso da Vera Cruz. O northeastern realizado pelo diretor passa ao largo dos westerns americanos. Não basta Identificar nos tipos e nas caracterizações uma necessidade de repetir os americanos. Isso é, no mínimo, balela. Lima reinventou o gênero yankee. Como não teve muitos seguidores, O CANGACEIRO tornou-se um clássico absoluto do cinema nacional, um filme sem par.
7.RIO 40 GRAUS, VIDAS SECAS e DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL, por motivos óbvios. São filmes-símbolo, identificados no senso comum com o Cinema Novo. Esta identificação se completa ainda mais com a inclusão de OS FUZIS e MACUNAÍMA.
8. Todas as produções delineadas a partir do CABRA MARCADO PARA MORRER de Eduardo Coutinho: SANTA MARTA, BOCA DE LIXO, SANTO FORTE E BABILÔNIA 2000. Contribuição radical para uma nova ética da produção cinematográfica. Pela rude beleza e por resgatar um cunho da imagem muito desvalorizado e pouco explorado.
9. ILHA DAS FLORES é impressionante! Uma obra-prima que aumentou a incidência e melhorou a aceitação popular dos curta-metragens. Jorge Furtado é responsável pelo melhor que a televisão brasileira pôde produzir na década passada. Entre outras coisas, seu AUTO DA COMPADECIDA mostrou que a relação cinema-TV só não anda porque interesses excusos e burrice trabalham noite e dia... Sem falar no desinteresse pela preservação do pouquíssimo que resta (os filmes do Mojica, por
exemplo...)
10. Quaisquer saltos: Paschoal Segreto, TERRA EM TRANSE (do Brasil para o mundo), CENTRAL DO BRASIL, DONA FLOR, EU TU ELES, pornochanchadas, PIXOTE, TRAPALHÕES, ORFEU e TIETA (o público no cinema), O QUATRILHO, A DAMA DO CINE XANGAI, MALDITO, o esforço incompleto de André Barcinski e Ivan Finotti (o Barcinski não gosta do Ivan Cardoso, vê se pode?), os filmes de Alberto Cavalcanti sobretudo RIEN QUE LES HEURES, À MEIA-NOITE LEVAREI SUA ALMA, Belair, Vera Cruz, Paulo Emílio, Cinearte, mas também Cinemim, Atlântida, os filmes do Ugo Georgetti, Candeias, Silvino, Capellaro, Luís de Barros, Vinícius, Pedro Lima, as noites mal dormidas de Vicente de Paula Araújo e sua BELA ÉPOCA, Adhemar Gonzaga, Almeida Fleming, bem ou mal: Zampari e Massaini, AITARÉ DA PRAIA e toda Recife, os ciclos regionais...................................................... (engrosse a lista).

Carlos Alberto de Mattos
Pesquisador, crítico
Aí vai o meu dream-team, em ordem alfabética. Filmes que de alguma maneira foram seiva para o cinema brasileiro.
O Bandido da Luz Vermelha
Cabra Marcado para Morrer
O Cangaceiro
Central do Brasil
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Ganga Bruta
A Lira do Delírio
Limite
O Pagador de Promessas
Rio 40 Graus

Meu Deus, e onde botar Bye Bye Brasil, Mar de Rosas, Noite Vazia, Terra em Transe, Matou a Família e Foi ao Cinema...? Eleição é uma maluquice.

Carlos Augusto Brandão
Crítico, membro do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro
Limite - 1930, de Mário Peixoto
Ganga Bruta - 1933, de Humberto Mauro
Assalto ao Trem Pagador - 1962, de Roberto Farias
Os Cafajestes - 1962, de Ruy Guerra
Deus e o Diabo na Terra do Sol - 1964, de Glauber Rocha
Vidas Secas - 1964, de Nelson Pereira dos Santos
A Hora e a Vez de Augusto Matraga - 1966, de Roberto Santos
Macunaíma - 1969, de Joaquim Pedro de Andrade
Eles não Usam Black-Tie - 1981, de Leon Hirzsman
Cabra Marcado para Morrer - 1984, de Eduardo Coutinho

Carlos Ebert
Fotógrafo (O Bandido da Luz Vermelha, Nenê Bandalho, O Rei da Vela), diretor (República da Traição)
Eis a minha lista em ordem cronológica
Limite, 1930. Dir: Mario Peixoto, Foto: Edgar Brazil
Ganga Bruta, 1933. Dir Humberto Mauro, Foto: Afrodísio de Castro e Paulo Morano
Vidas Secas, 1963. Dir Nelson Pereira dos Santos, Foto: José Rosa/Luís Carlos Barreto
Deus e o Diabo na Terra do Sol, 1963. Dir Glauber Rocha, Foto: Waldemar Lima
São Paulo S.A., 1964. Dir Luís Sergio Person, Foto: Ricardo Aronovich
A Hora e a Vez de Augusto Matraga, 1965. Dir Roberto Santos, Foto: Hélio Silva
O Bandido da Luz Vermelha, 1968. Dir Rogério Sganzerla, Foto: Peter Overbeck / Carlos Ebert
Macunaíma, 1969. Dir Joaquim Pedro de Andrade, Foto: Guido Cosulich
São Bernardo, 1971. Dir Leon Hirzman, Foto: Lauro Escorel
Cabra Marcado Para Morrer, 1984. Dir: Eduardo Coutinho, Foto: Fernando Duarte / Edgar Moura

Carlos Gerbase
Diretor (Deu pra Ti Anos 70, Deus Ex-Machina, Tolerância), professor da PUC-RS
Estou considerando apenas longas:
1. Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos
2. P.S. - Post Scriptum, de Romain Lesage
3. Marvada Carne, de André Klotzel
4. Tudo Bem, de Arnaldo Jabor
5. Perdida, de Carlos Alberto Prates Correia
6. Deu pra Ti, Anos 70, de Nelson Nadotti e Giba Assis Brasil
7. O Homem que Virou Suco, de João Batista Andrade
8. O Vampiro de Copacabana, de Xavier de Oliveira
9. Filme-Demência, de Carlos Reichenbach
10. Amores, de Domingos de Oliveira

Carlos Reichenbach
Diretor e roteirista (O Império do Desejo, Filme Demência, Alma Corsária), fotógrafo (Orgia ou O Homem que Deu Cria; Mulher, Mulher)
por ordem alfabética:
O Bandido da Luz Vermelha de Rogério Sganzerla
Bang Bang de Andréa Tonacci
Deus e o Diabo na Terra do Sol de Glauber Rocha
Ganga Bruta de Humberto Mauro
A Hora e a Vez de Augusto Matraga de Roberto Santos
Limite de Mário Peixoto
Memórias do Cárcere de Nélson Pereira Dos Santos
Ritual dos Sádicos (ou O Despertar da Besta) de José Mojica Marins
São Paulo S.A. de Luís Sérgio Person
O Viajante de Paulo Cesar Saraceni

Carlos Roberto de Souza
Pesquisador (Nossa Aventura na Tela, O Cinema em Campinas nos Anos 20), diretor do acervo da Cinemateca Brasileira
Essa é uma lista inteiramente pessoal. Não acredito em "melhores absolutos". Uma mesma pessoa, em momentos diversos, pode redigir listas de melhores filmes diferentes umas das outras. Ao estabelecer a lista abaixo, levei em conta basicamente filmes com os quais tive uma relação íntima de fruição. Alguns dos filmes vi dezenas de vezes, outros vi poucas vezes, mas com todos eles estabeleci um diálogo pessoal enriquecedor – para mim e para os filmes. Como foi dada a liberdade de ultrapassar a dezena e de não hierarquizar, a lista de doze vai em ordem alfabética de título:
Bocage, o Triunfo do Amor - de Djalma Limongi Batista
O Desafio - de Paulo César Saraceni
Deus e o Diabo na Terra do Sol - de Glauber Rocha
Ganga Bruta - de Humberto Mauro
Os Herdeiros - de Carlos Diegues
A Lira do Delírio - de Walter Lima Júnior
Macunaíma - de Joaquim Pedro de Andrade
Noite Vazia - de Walter Hugo Khouri
Ovelha Negra, uma Despedida de Solteiro - de Haroldo Marinho Barbosa
Rio 40 Graus - de Nelson Pereira dos Santos
São Bernardo - de Leon Hirszman
Sem essa, Aranha - de Rogério Sganzerla

Carlos Thomaz Albornoz
fanzineiro e crítico de cinema
10 filmes que viraram 15 (incluindo a menção honrosa) para não excluir nada do que eu acho que não posso deixar de fora...
1. O Estranho Mundo de Zé do Caixão – José Mojica Marins
2. Bangue Bangue – Andrea Tonacci
3. O Escorpião Escarlate – Ivan Cardoso
4. O Abismu (Somos Todos de MU) – Rogério Sganzelra
5. Alma Corsária – Carlos Reichenbach
6. Deus e o Diabo na Terra do Sol – Glauber Rocha
7. O Despertar da Besta – José Mojica Marins
8. Atração Satânica – Fauzi Mansur
e As Filhas do Fogo – Walter Hugo Khoury
9. Uma Estranha História de Amor – John Doo
e Trilogia do Terror – Ozualdo Candeias, Luís Sérgio Person e José Mojica Marins
10. Cronicamente Inviável – Sérgio Bianchi
e A Mulher do Desejo – Carlos Hugo Christensen
Menção honrosa (feita em vídeo) – O Monstro Legume do Espaço – Petter Baiestorff

Cezar Migliorin
Montador (Carlota Joaquina, Brava Gente Brasileira), editor de som (Baile Perfumado, Tieta do Agreste)
Os dez filmes, sem ordem:
Cronicamente Inviável
Macunaíma
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Cabra Marcado para Morrer
Bandido da Luz Vermelha
Bar Esperança
Como Era Gostoso meu francês
São Bernardo
Vidas Secas
Terra em Transe

Clélia Bessa
Produtora (Como Ser Solteiro, O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas)
1. Deus e o Diabo na Terra do Sol
2. Baile Perfumado
3. O Bandido da Luz Vermelha
4. A Lira do Delírio
5. Cabra Marcado para Morrer
6. Bye Bye Brasil
7. Memórias do Cárcere
8. São Paulo S/A
9. Matou a Família e foi ao Cinema
10. O Ébrio

Cristian Borges
Curta-metragista (Gangorra, Gaivotas)
Aí vai minha lista, sem ordem de preferência, com as inevitáveis obviedades de uma lista tão pequena:
O Caso dos Irmãos Naves, Luis Sérgio Person
O Padre e a Moça, Joaquim Pedro de Andrade
Como Era Gostoso Meu Francês e Vidas Secas, Nelson Pereira dos Santos
A Falecida e Eles não Usam Black-tie, Leon Hirzsman
Terra em Transe, Glauber Rocha
A Hora e Vez de Augusto Matraga, Roberto Santos
O Profeta da Fome, Maurice Capovila
Cronicamente Inviável, Sergio Bianchi
Limite, Mário Peixoto

Daniel Caetano
Crítico de Contracampo
Nenhuma lista pode dar conta do afeto por diversas obras. Pior ainda, qualquer lista que peça tão pequeno número de filmes acabará por estabelecer critérios sempre discutíveis, ficando sempre a dúvida entre lembrar do filme "definitivo" que cresce na memória ou o filme "menor" que nos ganhou totalmente por uma sessão. Acabo por buscar os filmes mais marcantes na memória, o que nunca é confiável, e só desse jeito a lista já passou um bocado do estipulado, com todos os esquecimentos que ela inevitavelmente tem. Mas não daria para diminuir para dez. Para quatro ou cinco talvez, mas não para dez.
Rio Zona Norte + O Amuleto de Ogum + El Justicero
O Padre e a Moça
+ Couro de Gato + Macunaíma
A Mulher de Todos
+ O Bandido da Luz Vermelha
Di
+ Terra em Transe + Deus e o Diabo na Terra do Sol
As Amorosas
Limite
(se possível, com orquestra ao vivo, maestro...)
Império do Desejo
+ Filme Demência + Extremos do Prazer
Tudo Bem
+ Toda nudez será castigada
Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão
Carnaval Atlântida
Nem Sansão, Nem Dalila
+ O Homem do Sputnik
Meu Nome é... Tonho
São Paulo S.A + Procissão dos Mortos + O Caso dos Irmãos Naves
O Rei da Noite
+ Pixote + O Beijo da Mulher-Aranha
O Assalto ao Trem Pagador
Xica da Silva
Bang-bang
O Despertar da Besta
Histórias que Nossas Babás não Contavam
Cabra Marcado para Morrer
+ Santo Forte
Amélia

Djalma Limongi Batista
Diretor (Asa Branca, um Sonho Brasileiro; Brasa Adormecida; Bocage, o Triunfo do Amor)
Justificando a lista: são filmes tótens do Brasil. Catalizaram suas épocas e projetaram no futuro a fantasia de uma possível civilização brasileira, ao criar arquétipos, mitos, identidades e sonhos muito daqui. Filmes independentes de modismos, vagas, ou processos civilizatórios impositivos, tão-somente apaixonados por CINEMA, e, pela gente do BRASIL.
1. Ganga Bruta, de Humberto Mauro
2. Orfeu do Carnaval, de Marcel Camus
3. O Cangaceiro, de Lima Barreto
4. Terra em Transe, de Gláuber Rocha
5. Rio 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos
6. Sinfonia Carioca, de Watson Macedo
7. Meus Amores no Rio, de Carlos Hugo Christensen
8. Todas As Mulheres do Mundo, de Domingos de Oliveira
9. Assalto ao Trem Pagador, de Roberto Farias
10. Noite Vazia, de Walter hugo Khoury

Eduardo Aguilar
Assistente de direção (Anjos do Arrabalde, Alma Corsária)
Uma solicitação como essa é difícil de negar, mas cabe fazer a ressalva: ainda que seja um cinéfilo, milite profissionalmente na área e pra "piorar" dê oficinas técnicas por aí a fora, o fato é que tenho enormes lacunas com o cinema nacional, são tantas que com certeza minha lista poderia se alterar em 50%, caso elas fossem cobertas. Bem, lá vai:
1. A Hora e a Vez de Augusto Matraga de Roberto Santos
2. Noite Vazia de Walter Hugo Khouri
3. A Lira do Delírio de Walter Lima Jr
4. O Bandido da Luz Vermelha de Rogério Sganzerla
5. Vidas Secas de Nelson Pereira dos Santos e O Grande Momento de Roberto Santos
6. Limite de Mário Peixoto e Filme Demência de Carlos Reichenbach
7. O Caso dos Irmãos Naves de Luis Sergio Person
8. Deus e o Diabo na Terra do Sol de Glauber Rocha e O Anjo Nasceu de Julio Bressane
9. Tocaia no Asfalto de Roberto Pires; Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver de José Mojica Marins
10. O Viajante de Paulo César Saraceni

Eduardo Escorel
Montador (O Padre a Moça, Terra em Transe, Eles Não Usam Back-Tie, Cabra Marcado para Morrer), diretor (Lição de Amor)
9 bons filmes brasileiros relacionados em ordem cronológica:
Limite (1929), Mário Peixoto
Ganga Bruta (1933), Humberto Mauro
Vidas Secas (1963), Nelson Pereira dos Santos
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Glauber Rocha
Terra em Transe (1967), Glauber Rocha
Inocência (1983), Walter Lima Junior
Memórias do Cárcere (1984), Nelson Pereira dos Santos
Cabra Marcado para Morrer (1984), Eduardo Coutinho
Imagens do Inconsciente (1986), Leon Hirszman

Eduardo Santos Mendes
Editor de som (Um Céu de Estrelas, Dois Córregos) , professor da ECA-USP
Eu mesmo acho que não consigo fazer uma lista dos dez filmes mais importantes de todos os tempos. Ainda tenho muuuuita coisa pra ver. Mas, dez dos filmes do cinema brasileiro que fizeram a minha cabeça são:
O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla, 1968.
Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho, 1984.
A Lira do Delírio, de Walter Lima Jr., 1977.
Limite, de Mário Peixoto, 1930
Lucio Flavio, o Passageiro da Agonia, de Hector Babenco, 1977.
Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade, 1969.
A Marvada Carne, de André Klotzel, 1985.
São Paulo S.A., de Luís Sérgio Person, 1964.
Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, 1963.
Pro décimo, eu decidi roubar e juntar três curtas na lista. Assim, dá o tempo de um longa:
Di Cavalcanti, de Glauber Rocha, 1977.
Ilha das Flores, de Jorge Furtado, 1988.
Vereda Tropical (in: Contos Eróticos), de Joaquim Pedro de Andrade, 1976.
Vida longa também para:
Um Céu de Estrelas, de Tata Amaral, 1997,
mas, me sinto envolvido demais pra votar nele.

Eduardo Valente
Editor de Contracampo
Agradecendo a Deus por todos os filmes não vistos (são tantos, mas tantos... cês nem imaginam), que iam complicar tanto a minha vida, e concluindo que nossa cinematografia é foda para caralho mesmo, segue minha humilde listinha:
Os Fuzis + A Queda, Ruy Guerra (um sem o outro já não existe na minha cabeça)
Terra em Transe
Limite
A Hora e a Vez de Augusto Matraga
O Bandido da Luz Vermelha

Os Inconfidentes e Vereda Tropical, Joaquim Pedro (sessão completa vai, curta+longa)
O Homem do Sputnik, Manga
Manelão, Candeias
Noite Vazia, Khoury
Juvenília, Paulo Sacramento (o meu filme brasileiro dos anos 90)
e tem que ter um décimo primeiro:
Memórias do Cárcere, Nelson Pereira

Felipe Bragança
Crítico de Contracampo
1. Santo Forte - Eduardo Coutinho
2. Na Boca da Noite - Walter Lima Jr.
3. Limite - Mário Peixoto
4. O Profeta da Fome - Maurice Capovilla
5. Deus e o Diabo na Terra do Sol - Glauber Rocha
6. Cabra Marcado Para Morrer - Eduardo Coutinho
7. Matou a Família e Foi ao Cinema - Júlio Bressane
8. O Bandido da Luz Vermelha - Rogério Sganzerla
9. Os Fuzis - Ruy Guerra
10. O Jogo da Vida - Maurice Capovilla

Fernando Albagli

Pesquisador de cinema e editor da extinta Cinemin, escritor (Tudo Sobre o Oscar), crítico de cinema (Jornal do Brasil)

Antes da Lista, algumas considerações.
Fazer lista de Melhores é sempre difícil, ainda mais quando devem ser apenas dez os escolhidos.

Em primeiro lugar, é claro que não se pode restringir os melhores de toda uma cinematografia, um século de cinema, em dez títulos.

E isso, ainda, dentre aqueles que a gente viu – quanto mais antigos, menos probabilidades de terem sido vistos.

Depois, há o perigo das injustiças, dos esquecimentos involuntários (dizem que esses nem existem).

Assim, o melhor seria eleger dez realizadores, priorizar carreiras, em vez de filmes. Para mim, esses seriam, pela ordem alfabética: Ana Carolina, Arnaldo Jabor, Carlos Diegues, Glauber Rocha, Humberto Mauro, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Murilo Salles, Nelson Pereira dos Santos, Walter Lima Jr.

Mas, com isso, deixaria de fora obras emblemáticas e histórica e esteticamente importantes, não pertencentes a nenhum desses realizadores, como, ainda em ordem alfabética: Agulha no Palheiro, Amei um Bicheiro, Assalto ao Trem Pagador, O Cangaceiro, A Dama do Cine Shangai, Gaigin, Gordos e Magros, O Homem da Capa Preta, A Hora da Estrela, Limite, A Marvada Carne, Noite Vazia, O Pagador de Promessa, Pixote, Porto das Caixas, A Rainha Diaba, São Paulo S.A., Vera.

Deixaria de citar grandes revelações de cineastas contemporâneos cujas carreiras ainda engatinham, mas já têm filmes dignos de listas, como Walter Salles (Terra Estrangeira), Andrucha Waddington (Eu, Tu, Eles); ou artistas que foram corajosos a ponto de escolherem o documentário como sua forma de expressão – Silvio Tendler, Eduardo Coutinho, Jurandyr Noronha, Tetê Moraes, Octávio Bezerra, Vladimir Carvalho; ou curtametragistas geniais, como Arthur Omar, Jorge Furtado; ou as grandes contribuições da paulistana Boca do Lixo (de onde imigraram estetas como Carlos Reichenbach e Guilherme de Almeida Prado) e das chanchadas cariocas (que originaram nomes como Roberto Faria e Carlos Manga); ou figuras internacionais como Alberto Cavalcanti, de carreira gloriosa mas a maior parte fora do Brasil; ou ainda aqueles renovadores de linguagem ou de temas, que sempre remaram contra a maré – Rogério Sganzerla (O Bandido da Luz Vermelha), Júlio Bressane (O Anjo Nasceu), Luiz Rozemberg Filho (O Santo e a Vedete), Sérgio Bianchi (Cronicamente Inviável), André Luís Oliveira (Meteorango Kid); e as contribuições de não-nascidos no Brasil, mas nem por isso estrangeiros – da Argentina: Hector Babenco (Pixote), Carlos Hugo Christensen (A Intrusa), Gustavo Dahl (O Bravo Guerreiro), Tom Payne (Sinhá Moça); de Portugal: Fernando de Barros (Appassionata), Carmen Santos (Inconfidência Mineira); da Itália: Vittorio Capellaro (O Caçador de Diamantes), Adolfo Celi (Caiçara), Flaminio Bollini Cerri (Na Senda do Crime), Luciano Salce (Uma Pulga na Balança); do Chile: Jorge Duran (A Cor do Seu Destino); da Espanha: Alberto Salvá (Como Vai, Vai Bem?); da Áustria: Mario Fiorani (A Derrota); de Moçambique: Ruy Guerra (Os Fuzis); da Iugoslávia: J.B.Tanko (A Outra Face do Homem); dos Estados Unidos: Roberto Gurvitz (Feliz Ano Velho); os que têm a marca de sua província, como o paulistíssimo Mazzaropi e o carioquíssimo Hugo Carvana; e não poderia deixar de acrescentar aqueles que nos são caros ao coração, no meu caso a Lúcia Murat de Que Bom te Ver Viva, o Domingos de Oliveira de Todas as Mulheres do Mundo e os autores de inteligentes e sensíveis filmes chamados infantis e juvenis – que são feitos mesmo para crianças e adolescentes e não para pré-adultos débeis mentais – como Helvécio Ratton e Lael Rodrigues.
Mas como eu já sei que a turma aí vai reclamar: – Mas, afinal, cadê a lista? – lá vai ela, meio a contragosto, sob protesto e propositadamente não repetindo realizador (ainda pela ordem alfabética):
Deus e o Diabo na Terra do Sol (podia ter sido Terra em Transe),
Eles não Usam Black-Tie (podia ter sido São Bernardo),
Ganga Bruta,
A Hora e a Vez de Augusto Matraga,
Limite,
Macunaíma,
Mar de Rosas,
A Ostra e o Vento (podia ter sido Menino de Engenho ou Lira do Delírio),
Tudo Bem (podia ter sido Toda Nudez Será Castigada),
Vidas Secas (podiam ter sido vários outros, pois este, a meu ver, é o autor de cinema mais importante do Brasil).

Fernando Veríssimo
Crítico de Contracampo
1. Ganga Bruta
2. Terra em Transe
3. Guerra Conjugal
4. São Bernardo
5. A Hora e a Vez de Augusto Matraga
6. O Bandido da Luz Vermelha
7. Ilha das Flores
8. Cabra Marcado para Morrer
9. O Casamento
10. Câncer

Fernão Ramos
Crítico, pesquisador (Cinema Marginal – A Representação no Limite, História do Cinema Brasileiro, Enciclopédia do Cinema Brasileiro), professor da Unicamp
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Terra em Transe
Ganga Bruta
O Anjo Nasceu
O Bandido da Luz Vermelha
Vidas Secas
Bang Bang
Cabra Marcado para Morrer
São Bernardo
Floradas na Serra
Limite

Giba Assis Brasil
Montador (
Ilha das Flores, Barbosa, Tolerância), diretor (Deu pra Ti Anos 70), professor de cinema da UFRGS
Uma das muitas listas possíveis, em ordem alfabética:
O Bandido da Luz Vermelha
Cabra Marcado para Morrer
Central do Brasil
Os Fuzis
Ilha das Flores
Macunaíma
O Som ou Tratado da Harmonia
Terra em Transe
Todas as Mulheres do Mundo
Vidas Secas

Gilberto Santeiro
Montador (O Segredo da Múmia, Dias Melhores Virão, O Mandarim), diretor da Cinemateca do Mam do Rio de Janeiro
em ordem cronológica:
1. Limite
2. Ganga Bruta
3. Alô Alô Carnaval
4. Aviso aos Navegantes
5. Rebelião em Vila Rica
6. Kirongozi, Mestre Caçador
7. Rio, Zona Norte
8. Deus e o Diabo na Terra do Sol
9. O Desafio
10. Cabra Marcado para Morrer

Guido Araújo
Diretor da Jornada de Cinema da Bahia
1. Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos
2. Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha
3. Os Fuzis, de Ruy Guerra
4. Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho
5. São Bernardo, de Leon Hirszman
6. Central do Brasil, de Walter Salles
7. Ganga Bruta, de Humberto Mauro
8. Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade
9. O Bandido da Luz Vermelha, de Rogerio Sganzerla
10. Um Céu de Estrelas, de Tata Amaral

Haroldo Marinho Barbosa
Diretor e roteirista (Engraçadinha; Ovelha Negra, uma Despedida de Solteiro)
Não os dez melhores, mas dez grandes filmes pouco vistos e pouco comentados:
Memória de Helena David Neves
O Mágico e o Delegado Fernando Cony Campos
Olho por Olho Andrea Tonacci
O Segredo da Múmia Ivan Cardoso
Uirá Gustavo Dahl
A Vida Provisória Maurício Gomes Leite
Gordos e Magros Mário Carneiro
Egungun Carlos Brajsblat
Perdida Carlos Alberto Prates Correa
Anchieta, José do Brasil Paulo Cezar Saraceni

Hernani Heffner
Pesquisador, curador dos acervos da Cinemateca do MAM-RJ e da Cinédia, professor do curso de cinema da UFF
No País das Amazonas, Silvino Santos, 1922
São Paulo, Sinfonia de uma Metrópole, de Adalberto Kemeny e Rudolf R. Lustig, 1929
Limite, Mário Peixoto, 1930
24 Horas de Sonho, Chianca de Garcia, 1941
O Cangaceiro, Lima Barreto, 1953
O Grande Momento, Roberto Santos, 1959
Porto das Caixas, Paulo Cezar Saraceni, 1962
Deus e o Diabo na Terra do Sol, Glauber Rocha, 1964
O Anjo da Noite, Walter Hugo Khouri, 1974
Cabra Marcado Para Morrer, Eduardo Coutinho, 1984

Inácio Araujo
Crítico da Folha de SP, roteirista (Filme Demência; Amor, Palavra Prostituta), diretor (Aula de Sanfona), montador (Lilian M; Aleluia, Gretchen)
Hoje, pensei na seguinte lista:
Ganga Bruta – Humberto Mauro
Mulher – Octavio Gabus Mendes
Deus e o Diabo na Terra do Sol – Glauber Rocha
O Padre e a Moça – Joaquim Pedro
Vidas Secas – Nelson Pereira dos Santos
A Grande Cidade – Carlos Diegues
Meu Nome É Tonho – Ozualdo Candeias
O Bandido da Luz Vermelha – Rogério Sganzerla
Filme-Demência – Carlos Reichenbach
Assalto ao Trem Pagador – Roberto Farias
Mas não é impossível que amanhã na lista apareçam alguns outros:
Limite – Mário Peixoto
O Canto da Saudade – Humberto Mauro
Terra em Transe – Glauber Rocha
Fome de Amor – Nelson Pereira
O Grande Momento – Roberto Santos
Noite Vazia – Walter Hugo Khouri
Matou a Família e Foi ao Cinema – Julio Bressane
São Paulo S/A – Luis Sergio Person
Ele, o Boto – Walter Lima Jr.
O Viajante – Paulo Cesar Saraceni
E ainda haveria tantos outros... Porque ao fazer uma lista dessas a gente descobre que existe uma história no fim das contas muito rica de imagens no Brasil, apesar de todas as vicissitudes.

Ítala Nandi
Atriz (Os Deuses e os Mortos, Guerra Conjugal, O Homem do Pau Brasil), diretora (Índia, o Caminho dos Deuses)
segue minha lista que foi dificílima de fazer e deixei de fora muitos filmes que acho o máximo:
São Paulo Sociedade Anônima do Sérgio Person
Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe de Glauber Rocha (a meu ver um não pode existir sem o outro e teria o terceiro que é O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro que acho também genial)
Macunaíma de Joaquim Pedro de Andrade e Guerra Conjugal (há do mesmo diretor os Inconfidentes e Couro de Gato, além do Homem do Pau Brasil, que também são geniais)
Eles Não Usam Black Tie do Leon Hirszman e A Falecida (há dele também São Bernardo)
A Grande Feira de Roberto Pires (inesquecível)
O Pagador de Promessas do Anselmo Duarte
Toda Nudez Será Castigada do Jabor
Pixote, a Lei do Mais Fraco e O Beijo da Mulher Aranha do Hector Babenco.
Das Tripas Coração e o último também da Ana Carolina, Amélia
Memórias do Cárcere e Rio 40 Graus do Nelson Pereira dos Santos (além de Boca de Ouro e Como Era Gostoso o meu Francês)
Carlota Joaquina da Carla Camurati
Central do Brasil do Walter Salles
Os Deuses e os Mortos de Ruy Gerra e Os Fuzis, além do Estorvo outra obra genial
Qualquer filme do Mojica Marins, principalmente O Despertar da Besta
Mauá do Sergio Resende
Todas as Mulheres do Mundo do Domingos de Oliveira
Lição de Amor do Escorel
e tem todos os antigos geniais: Alô Alô Brasil, Limite, Barravento, etc, etc, etc, etc., etc., etc., etc.,
Muito difícil essa escolha.

Ivana Bentes
Crítica, co-editora da Cinemais, pesquisadora (Joaquim Pedro de Andrade: a Revolução Intimista, Cartas ao Mundo), professora da ECO-UFRJ
Segue a lista de 10 filmes que considero importantes para a construção de uma "visualidade" brasileira:
Limite
Vidas Secas
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Terra em Transe
Di Cavalcanti
Matou a Família e Foi ao Cinema
O Bandido da Luz Vermelha
Triste Trópico

e os curtas: Ressureição (Arthur Oamr) e Ilha das Flores (Furtado)

Jairo Ferreira
Crítico (Cinema de Invenção), diretor (O Vampiro da Cinemateca, O Insigne Ficante), roteirista ( O Pornógrafo, Corrida em Busca do Amor)
1. O Bandido da Luz Vermelha
2. Terra em Transe
3. Limite
4. Filme Demência
5. Matou a Família e Foi ao Cinema
6. O Segredo da Múmia
7. À Meia-Noite Levarei sua Alma
8. Aopção ou As Rosas da Estrada
9. Ganga Bruta
10. Bang Bang

João Batista de Andrade
Diretor (Gamal, o Delírio do Sexo; O Homem que Virou Suco; O País dos Tenentes)
Eis aí, em ordem de memória, não de preferência:
1. São Paulo, Sinfonia de uma Metrópole
2. Ganga Bruta
3. Vidas Secas
4. Deus e o Diabo na Terra do Sol
5. A Hora e a Vez de Augusto Matraga
6. São Paulo S/A
7. A Margem
8. Os Fuzís
9. Terra em Transe
10. Limite

João Carlos Rodrigues
Crítico, diretor (Punk Molotov), pesquisador (O Negro no Cinema Brasileiro)
por ordem cronológica:
O Petróleo É Nosso (1954) – Watson Macêdo
Rio Zona Norte (1957) – Nelson Pereira dos Santos
Bahia de Todos os Santos (1959) – Trigueirinho Neto
Terra em Transe (1966) – Glauber Rocha
O Bandido da Luz Vermelha (1968) – Rogério Sganzerla
O Ritual dos Sádicos (1968) – José Mojica Marins
Amor, Palavra Prostituta (1981) – Carlos Reichenbach
Aopção ou As Rosas da Estrada (1981) – Ozualdo Candeias
Romance (1987) – Sérgio Bianchi
O Viajante (1999) – Paulo César Saraceni

João Luiz Vieira
Pesquisador (O Riso Amargo), professor do curso de cinema da UFF
Limite
Vidas Secas
Terra em Transe
Macunaíma
O Império do Desejo
Carnaval Atlântida
O Homem do Sputnik
São Bernardo
O Bandido da Luz Vermelha
O Segredo da Múmia

João Moreira Salles
Diretor documentarista (Notícias de uma Guerra Particular)
Devo dizer que não sou a pessoa indicada pra ajudar nessa lista pois não assisti a vários filmes considerados clássicos da filmografia nacional, e portanto qualquer filme que possa entrar na minha lista estará lá não tanto pelos seus méritos mas provavelmente porque um outro a que não assisti não pôde ocupar o seu lugar. Me sinto um pouco mais à vontade pra dizer quais os documentários brasileiros de que mais gosto. É importante que fique claro que esses não são necessariamente os melhores documentários brasileiros: são apenas, repito, os que mais me deram prazer assistir. Ai vão eles (são seis):
Ao Redor do Brasil – Major Reis
Opinião Pública – Arnaldo Jabor
O Poeta do Castelo – Joaquim Pedro de Andrade
Teodorico, o Imperador do Sertão – Eduardo Coutinho (esse é de minha especial predileção)
Cabra Marcado para Morrer – Eduardo Coutinho
Socorro Nobre – Walter Salles

Fico nos documentários porque, como conheço relativamente bem a produção nacional, os riscos de ausências pecaminosas, por mais que existam, são bem menores do que os de uma eventual lista de ficção.

João Mors Cabral
Crítico de Contracampo
Vidas Secas
São Paulo S.A.
Limite
O Grande Momento
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Miramar
O Vigilante
O Bandido da Luz Vermelha
Macunaíma
Eles Não Usam Black Tie

Não dá para escapar dos clichês.

João Silvério Trevisan
Diretor e roteirista (Orgia ou O Homem que Deu Cria), escritor (Troços e Destroços, Devassos no Paraíso)
1. Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha
2. Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos
3. O Anjo Nasceu, de Júlio Bressane
4. Terra em Transe, de Glauber Rocha
5. São Paulo S/A, de Luís Sérgio Person
6. A Hora e a Vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos
7. Amor, Palavra Prostituta, de Carlos Reichenbach
8. Toda Nudez Será Castigada, de Arnaldo Jabor
9. Vera, de Sérgio Toledo
10. Coração Iluminado, de Héctor Babenco

Jorge Furtado
Diretor e roteirista de cinema e televisão (Ilha das Flores, Barbosa, A Matadeira, as tele-séries Luna Caliente e A Invenção do Brasil)
1. Cabra Marcado Para Morrer
2. Deus e o Diabo na Terra do Sol
3. Rio 40 Graus
4. Vidas Secas
5. Eles Não Usam Black Tie
6. O Grande Momento
7. O Amuleto de Ogum
8. O Homem Que Virou Suco
9. Macunaíma
10. Deu Pra Ti Anos Setenta
Isso para falar só dos longas. Que tal uma lista dos curtas? Aí vai a minha.
1. Aruanda
2. A Velha a Fiar
3. Mato Eles?
4. Três Moedas na Fonte
5. O Som
6. Chapeleiros
7. Couro de Gato
8. A Mulher do Atirador de Facas
9. O Inspetor
10. Deus Ex-Machina

José Gatti
Crítico, pesquisador (Barravento: a Estréia de Glauber), professor de cinema brasileiro na UFSCar
A lista foi elaborada por ordem de importância decrescente. Como critérios, pensei em qualidade, em repercussão e significação histórica. E olhe que, mesmo assim, não coloquei nenhum filme do Humberto Mauro... mas deveria. Não quis repetir autores, senão Glauber e Nelson apareceriam muitas vezes. Queria também ter incluído Ilha das Flores, por exemplo. Mas valia, incluir um curta-metragem? Bem, creio que o filme do Coutinho representa muito bem o que de melhor se fez em documentário no Brasil.
Terra em Transe
Vidas Secas
Limite
Cabra Marcado Para Morrer
O Bandido da Luz Vermelha
Macunaíma
O Homem do Sputnik
Bye, Bye Brasil
Carlota Joaquina
Alma Corsária

José Joffily
Diretor (A Maldição de Sampaku, O Chamado de Deus), roteirista (A Cor do seu Destino, Terra para Rose), professor do curso de cinema da UFF
Alguns filmes foram mais "importantes" porque, de algum modo, mudaram rumos apenas com o olhar. Outros não mudaram nada, nada reinventaram, mas são belos filmes. Evidentemente, só posso falar por mim. Entre os "importantes" e os mais belos filmes brasileiros estariam os seguintes:
Todos os filmes do Humberto Mauro
Terra em Transe
Vidas Sêcas
O Bandido da Luz Vermelha
Todas as Mulheres do Mundo
Copacabana me Engana
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Aviso aos Navegantes
Macunaíma
Os Fuzis

Juliana Fausto
Crítica de Contracampo
Terra em Transe + Deus e o Diabo na Terra do Sol
Carnaval Atlântida
Cabra Marcado Para Morrer
+ Santo Forte
O Bandido da Luz Vermelha
São Paula S/A
Macunaíma
O Homem do Sputnik
Rio Zona Norte
Toda Nudez Será Castigada
Matou a Família e Foi ao Cinema

Juliano Tosi
Crítico de Contracampo
Eis o paideuma da minha formação pelo que há de mais demencial, visionário e permanente no cinema brasileiro. Como num velho vinil (cinema é a música da luz), minha lista tem dois "lados". O lado B, como lhe é próprio, é feito por filmes que, acredito, certamente serão muito pouco (ou talvez nada) citados – são, no entanto, filmes muito caros, pelos quais tenho toda a admiração do mundo e que de certa forma são tão (ou quase. Ou mais?) deflagradores (falo pessoalmente, claro, porque é disso que as listas tratam) quanto os do lado A. E, afinal, como todos sabemos, escolher só 10 fitas e não ser injusto consigo mesmo e com o melhor do cinema brasileiro é quase impossível. Então, sejamos generosos:
Lado A:
O Bandido da Luz Vermelha de Rogério Sganzerla
Terra em Transe
de Glauber Rocha
Ritual dos Sádicos
de José Mojica Marins
Filme Demência
de Carlos Reichenbach
O Rei do Baralho
de Júlio Bressane
A Idade da Terra
de Glauber Rocha
Aopção ou As Rosas da Estrada
de Ozualdo Candeias
A Mulher de Todos de Rogério Sganzerla
Nem Sansão nem Dalila
de Carlos Manga
O Profeta da Fome
de Maurice Capovilla
Lado B:
Alô Alô Carnaval de Adhemar Gonzaga
Carnaval Atlântida de José Carlos Burle
O Segredo da Múmia de Ivan Cardoso
A Família do Barulho de Júlio Bressane
Bebel, a Garota Propaganda
de Maurice Capovilla
Como Era Gostoso o Meu Francês
de Nelson Pereira dos Santos
Boca do Lixo de Eduardo Coutinho
A Herança de Ozualdo Candeias
A Dama do Lotação
de Neville d’Almeida
Fome de Amor de Nelson Pereira dos Santos
+ um curta: Sumidades Carnavalescas de Arthur Omar

Julio César de Miranda
A minha lista é a seguinte, sem ordem:
1. Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos
2. Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha
3. Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos
4. Limite, de Mário Peixoto
5. Ganga Bruta, de Humberto Mauro
6. Cabra Marcado Para Morrer, de Eduardo Coutinho
7. Jango, de Silvio Tendler
8. Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade
9. São Bernardo, de Leon Hirszman
10. São Jerônimo, de Julio Bressane

Laís Bodanzky
Diretora (Cine Mambembe, Bicho de Sete Cabeças)
1. A Hora da Estrela
2. São Paulo SA
3. Santo Forte
4. Gaigin
5. Bye Bye Brasil
6. Navalha na Carne (versão dos anos 60)
7. A Marvada Carne
8. Eles Não Usam Black Tie
9. Dona Flor e Seus Dois Maridos
10. Pixote – A Lei do Mais Fraco

Lara Pozzobon
Produtora (Cão Guia)
1. Limite
2. Rio 40 Graus
3. O Grande Momento
4. Rio Zona Norte
5. A Hora e a Vez de Augusto Matraga
6. Assalto ao Trem Pagador
7. Vidas Secas
8. Terra em Transe
9. Todas as Mulheres do Mundo
10. Fome de Amor
11. A Lira do Delírio
12. Chuvas de Verão
13. Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia
14. Tudo Bem
15. Macunaíma
16. Gaijin
17. A Hora da Estrela
18. Anahy de las Missiones
19. Ilha das Flores
20. O Pulso

Lécio Augusto Ramos
Crítico, pesquisador da Cinédia e da Cinemateca do Mam-Rj, professor do curso de cinema da UFF
1931 - Limite - Mário Peixoto
1957 - O Grande Momento - Roberto Santos
1962 - Os Cafajestes - Ruy Guerra
1963 - Deus e o Diabo na Terra do Sol - Gláuber Rocha
1963 - Vidas Secas - Nelson Pereira dos Santos
1964 - Noite Vazia - Walter Hugo Khouri
1964 - São Paulo Sociedade Anônima - Luiz Sérgio Person
1968 - O Bandido da Luz Vermelha - Rogério Sganzerla
1968 - Macunaíma - Joaquim Pedro de Andrade
1984 - Cabra Marcado para Morrer - Eduardo Coutinho
Repare que:
- Sete filmes são da década de 60 (70%)
- Não há filmes das décadas de 10, 20, 40, 70 e 90.
- Somente um é documentário.
- Quatro são primeiros filmes (longas): Limite, O Grande Momento, Os Cafajestes, O Bandido da Luz Vermelha
Ficam de fora, entre outros:
Terra em Transe - Glauber Rocha
Os Fuzis - Ruy Guerra
O Padre a Moça - Joaquim Pedro de Andrade
A Falecida - Leon Hirszman
São Bernardo - Leon Hirszman

Leon Cakoff
Organizador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, crítico, distribuidor (+ Filmes)
Vidas Secas
Limite
Deus e o Diabo na Terra do Sol
O Pagador de Promessas
Terra Estrangeira
Central do Brasil
São Paulo S/A
O Grande Momento
Pixote
Macunaíma
Alma Corsária

Luciana Araújo
Pesquisadora de cinema brasileiro, doutora pela USP com tese sobre Joaquim Pedo de Andrade.

Aqui vai a lista dos dez mais deste minuto, misturando relevância histórica e afetiva. Já foi muito difícil escolher os dez, não me sobrou forças pra colocar em ordem de "importância". Por isso pedi abrigo na ordem cronológica.
Limite (1930) - Mário Peixoto
Ganga Bruta (1933) - Humberto Mauro
Nem Sansão nem Dalila (1954) - Carlos Manga
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) - Glauber Rocha
O Padre e a Moça (1966) - Joaquim Pedro de Andrade
O Bandido da Luz Vermelha (1968) - Rogério Sganzerla
O Despertar da Besta (1969) - José Mojica Marins
Cuidado Madame (1970) - Julio Bressane
O Amuleto de Ogum (1974) - Nelson Pereira dos Santos
Amélia (2000) - Ana Carolina

Luís Alberto Rocha Melo
Crítico do sítio Cinepanorâmica
Como se pode notar, não consegui reduzir tantos filmes a somente dez. Decidi então, no caso de alguns cineastas, votar em dois filmes, que, para mim, não poderiam ficar de fora. De qualquer maneira, tentei sintetizar tudo em dez "itens".
1. Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe, de Glauber Rocha
2. Fulaninha, de David E. Neves
3. Aopção ou as Rosas da Estrada e Zezéro, de Ozualdo Candeias
4. Orgia ou o Homem que Deu Cria, de João Silvério Trevisan
5. O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade
6. Crônica de Um Industrial, de Luiz Rosemberg Filho
7. São Bernardo e Nelson Cavaquinho, de Leon Hirszman
8. Lilian M., de Carlos Reichenbach
9. Vidas Secas e Amuleto de Ogum, de Nelson P. dos Santos
10. O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla

Luís Rosemberg Filho
Diretor (A$$untina das Amérikas, Jardim de Espumas, Crônica de um Industrial)
Terra em Transe
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Vidas Secas
Blá Blá Blá
Cabra Marcado para Morrer
Os Fuzis
Amélia
Tudo Bem
O Bandido da Luz Vermelha
Memórias do Cárcere

Luiz Alberto Sanz
Professor do departamento de comunicação da UFF, coordenador do curso de cinema da Gama Filho
Com coração e mente abertos, mas sem ordem de importância. Acho complicado isso de competição. Os filmes diferem e variam. Aceito o mote de FAVORITOS.
Cabra marcado para morrer - Eduardo Coutinho
Estorvo - Ruy Guerra
Deus e o Diabo na Terra do Sol - Glauber Rocha
Brasilia Segundo Feldman - Vladimir de Carvalho
Ganga Bruta - Humberto Mauro
Sargento Getulio - Hermano Pena
Anjos da Noite - Wilson de Barros
O Toque do Oboé - Claudio MacDowell
Limite - Mario Peixoto
Chuvas de Verão - Carlos Diegues

Luiz Bolognesi
Roteirista (Bicho de Sete Cabeças), diretor (Cine Mambembe)
1. O Pagador de Promessas
2. O Cangaceiro
3. Dona Flor e Seus Dois Maridos
4. Os Fuzis
5. Navalha na Carne (versão dos anos 60)
6. Pixote – A Lei do Mais Fraco
7. Bye Bye Brasil
8. A Hora da Estrela
9. Inocência
10. Santo Forte

Luiz Carlos Barreto
Produtor (
O Assalto ao Trem Pagador, O Padre e a Moça, Terra em Transe, Bye-bye Brasil, Memórias do Cárcere)
Terra em Transe
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Vidas Secas
O Pagador de Promerssas
Bye Bye Brasil
Pixote
Central do Brasil
O Quatrilho
Dona Flor e Seus Dois Maridos
Memórias do Cárcere

Mair Tavares
Montador (O Anjo Nasceu, Copacabana Mon Amour, A Lira do Delírio, Bye-bye Brasil)
O Padre e a Moça
A Queda
A Lira do Delírio
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Limite
O Canto da Saudade
Imagens do Inconsciente 1
Vidas Secas
O Bandido da Luz Vermelha
Ritual dos Sádicos
O Fio da Memória
O Caso dos Irmãos Naves

Manoel Rangel
Presidente da Associação Brasileira de Documentaristas – SP, colaborador da Sinopse
1. Terra em Transe
2. Deus e o Diabo na Terra do Sol
3. Macunaíma
4. A Hora e a Vez de Augusto Matraga
5. O Bandido da Luz Vermelha
6. Eles não Usam Black Tie
7. Cabra Marcado para Morrer
8. Cabaré Mineiro
9. Vidas Secas
10. São Paulo SA

Márcia Derraik
Diretora (Dib, Onde a Coruja Dorme)
1. Terra em Transe
2. Limite
3. O Bandido da Luz Vermelha
4. Hitler no Terceiro Mundo
5. Bang Bang
6. Meteorango Kid - O Herói Intergaláctico
7. Vidas Secas
8. Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão
9. Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa
10. Macunaíma

Marcelo Mendes
Diretor do Grupo Estação, curta-metragista
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Vidas Secas
Limite
Rio 40 Graus
Eles Não Usam Black Tie
Tudo Bem
Terra em Transe
Central do Brasil
O Pagador de Promessas
Macunaíma

Marcos Bernstein
Roteirista (Terra Estrangeira, Central do Brasil, O Xangô de Baker Street)
Não está em ordem, são 11 e eu ousei botar um curta. Claro que há filmes que não vi que poderiam aqui estar. Muitos, aliás. Mesmo assim...
O Pagador de Promessas
Ilha das Flores
Deus e o Diabo
Toda Nudez Será Castigada
Assalto ao Trem Pagador
Nem Sansão Nem Dalila
Simão, O Caolho
Pixote
Bye-Bye Brasil
Cabra Marcado para Morrer
Central do Brasil

Marina Meliande
Crítica de Contracampo
sem ordem de preferência:
Matou a Família e Foi ao Cinema
Limite
Porto das Caixas
Santo Forte + Boca do Lixo
O Profeta da Fome
Terra Estrangeira
O Bandido da Luz Vermelha
Deus e o Diabo na Terra do Sol
O Padre e a Moça

Mário Carneiro
Fotógrafo (O Padre e a Moça, Todas as Mulheres do Mundo, O Viajante), diretor (Arraial do Cabo, Gordos e Magros)
Guerra Conjugal
Macunaíma
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Terra em Transe
Vidas Secas
Como era Gostoso o Meu Francês
Limite
Ganga Bruta
São Bernardo
A Hora e a Vez de Augusto Matraga
Porto das Caixas
O Padre e a Moça
Gordos e Magros

Mário Diamante
Cineasta e presidente da Associação Brasileira de Documentaristas – RJ
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Assalto ao Trem Pagador
A Lira do Delírio
Rio 40 Graus
Vidas Secas
Matadores
Nunca Fomos Tão Felizes
Bete Balanço
Anjos do Arrabalde
Samba em Brasília

Maurice Capovilla
Diretor (Subterrâneos do Futebol, O Profeta da Fome, O Jogo da Vida)
1. Limite – Mário Peixoto
2. A Hora e Vez de Augusto Matraga – Roberto Santos
3. Vidas Sêcas – Nelson Pereira dos Santos
4. Deus e o Diabo na Terra do Sol – Glaber Rocha
5. À Margem – Ozualdo Candeias
6. São Paulo S.A. – Luiz Sergio Person
7. Macunaíma – Joaquim Pedro
8. Os Fuzis – Ruy Guerra
9. O Desafio – Paulo Cesar Saraceni
10. O Mágico e o Delegado – Fernando Coni Campos

Mauro Baptista
Colaborador da Sinopse, professor da PUC-SP
vai minha lista, sem ordem de preferência.
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Terra em Transe
Di Cavalcanti, de Glauber Rocha
Pixote, de Héctor Babenco.
Toda Nudez Será Castigada, de Arnaldo Jabor
Todas as Mulheres do Mundo, de Domingos de Oliveira
Cabra Marcada para Morrer, de Eduardo Coutinho
Eles Não Usam Black Tie, de Leon Hirzsman
Cronicamente Inviável, de Sérgio Bianchi
O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla

Mauro Farias
Diretor (Não Quero Falar Sobre Isso Agora, Duas Vezes com Helena)
Aí vai minha lista... sem necessariamente seguir uma ordem de importância.
1. A Marvada Carne, André Klotzel
2. Pixote, Hector Babenco
3. Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia, Hector Babenco
4. Assalto ao Trem Pagador, Roberto Farias
5. Vidas Secas, Nelson Pereira dos Santos
6. Deus e o Diabo na Terra do Sol, Glauber Rocha
7. Todas As Mulheres do Mundo, Domingos de Oliveira
8. Toda Nudez Será Castigada, Arnaldo Jabor
9. A Espera, Maurício Farias
10. Ilha das Flores, Jorge Furtado

Moacy Cirne
Agitador cultural, editor do zine Balaio Porreta, professor do curso de cinema da UFF
1. Deus e o Diabo na Terra do Sol
2. Terra em Transe
3. Vidas Secas
4. A$$untina das Amérikas
5. O Bandido da Luz Vermelha
6. Porto das Caixas
7. Cabra Marcado para Morrer
8. Os Fuzis
9. Memórias do Cárcere
10. O País de São Saruê

Murillo Mathias
Curtametragista (Vira Lata, As Agruras de um Homem Sanduíche)
1. O Bandido da Luz Vermelha
2. A Mulher de Todos
3. São Paulo S/A
4. Terra em Transe
5. Filme Demência
6. O Mandarim
7. Todas as Mulheres do Mundo
8. O Vampiro da Cinemateca
9. Pixote
10.Toda Nudez Será Castigada

Ou seja, paramos mesmo há 30 anos atrás. Das velharias, o único que me diverte e educa é mesmo Os Óculos do Vovô, mas xápralá.

Murilo Salles
Diretor (Nunca Fomos tão Felizes, Como Nascem os Anjos) e fotógrafo (Dona Flor e seus Dois Maridos, Cabaré Mineiro)
O Bandido da Luz Vermelha, Rogério Sganzerla
Deus e o Diabo na Terra do Sol, Glauber Rocha
O Anjo Nasceu, Júlio Bressane
Vidas Secas, Nélson Pereira dos Santos
A Margem, Ozualdo Candeias
São Paulo S.A., Luis Sérgio Person
Guerra Conjugal, Joaquim Pedro de Andrade
Os Fuzis, Ruy Guerra
Ganga Bruta, Humberto Mauro
Pixote, Hector Babenco

Myrna Silveira Brandão
Presidente do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro
Limite - 1930, de Mário Peixoto
O Grande Momento - 1958, de Roberto Santos
Os Cafajestes - 1962, de Ruy Guerra
Deus e o Diabo na Terra do Sol - 1964, de Glauber Rocha
Vidas Secas - 1964, de Nelson Pereira dos Santos
Macunaíma - 1969, de Joaquim Pedro de Andrade
Eles não Usam Black-Tie - 1981, de Leon Hirzsman
Cabra Marcado para Morrer - 1984, de Eduardo Coutinho
A Hora da Estrela - 1985, de Suzana Amaral
Alma Corsária - 1993, de Carlos Reichenbach

Nelson Hoineff
Crítico e teórico de cinema e TV, presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro, diretor de TV
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Vidas Secas
Limite
Macunaíma
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
O Baiano Fantasma
Os Fuzis
O Pagador de Promessas
O Bandido da Luz Vermelha
Matou a Familia e foi ao Cinema

Newton Cannito
editor da revista Sinopse
em ordem alfabética:
O Bandido da Luz Vermelha
O Bom Marido
Bye, Bye Brasil
Cronicamente Inviável
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Eles Não Usam Black Tie
A Guerra Conjugal
Ilha das Flores
Matou a Família e Foi ao Cinema
Tudo Bem

Otávio Pedro
Curta-metragista (Chico do Barro, De Menor)
em ordem alfabética:
1. O Bandido da Luz Vermelha (Rogério Sganzerla)
2. Cabra Marcado para Morrer (Eduardo Coutinho)
3. Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha)
4. Di (Glauber Rocha)
5. Os Fuzis (Ruy Guerra)
6. São Paulo S.A. (Luiz Sérgio Person)
7. O Profeta da Fome (Maurice Capovilla)
8. Rio 40 Graus (Nelson Pereira dos Santos)
9. Terra em Transe (Glauber Rocha)
10. Vidas Secas (Nelson Pereira dos Santos)

Patrícia Monte-Mór
Diretora (Rio de Memórias), organizadora da Mostra do Filme Etnográfico
1. Limite
2. Rio 40 Graus
3. Aruanda
4. Vidas Secas
5. Deus e o Diabo na Terra do Sol
6. Viramundo
7. Cabra Marcado prá Morrer
8. Eles não Usam Black Tie
9. Bye Bye Brasil
10. Central do Brasil

Paulo Alcoforado
Curta-metragista (O Morador do Castelo), colaborador da revista Sinopse
A lista não está em ordem de preferência, apenas cronológica.
1. Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha)
2. Terra em Transe (Glauber Rocha)
3. O Bandido da Luz Vermelha (Rogério Sganzerla)
4. O Profeta da Fome (Maurice Capovilla)
5. Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade)
6. O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (Glauber Rocha)
7. São Bernardo (Leon Hirszman)
8. Iracema, uma Transa Amazônica (Orlando Senna/Jorge Bodanzky)
9. Di (Glauber Rocha)
10. Cabra Marcado para Morrer (Eduardo Coutinho)

Paulo Antônio Paranaguá
Pesquisador de cinema latino, crítico da revista francesa Positif
Limite
Ganga Bruta
Carnaval Atlântida
Deus e o Biabo na Terra do Sol
Os Fuzis
Terra em Transe
Macunaima
Tudo Bem
Memorias do Cárcere
Cabra Marcado para Morrer

Paulo Halm
Roteirista (Guerra de Canudos, Pequeno Dicionário Amoroso), curta-metragista (Retrato do Artista com um 38 na Mão)
dez filmes, não necessariamente em ordem:
Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos
Ganga Bruta, do Humberto Mauro
Terra em Transe, de Glauber Rocha
Bye Bye Brasil, do Cacá Diegues
Os Fuzis, do Ruy Guerra
A Hora e a Vez de Augusto Matraga, do Roberto Santos
São Bernardo, do Leon Hirzman
Pixote, de Hector Babenco
Inocência, de Walter Lima Junior
e como não poderia faltar, um curta: Ilha das Flores, de Jorge Furtado
Dez filmes é muito pouco, ficaram de fora Cabra Marcado para Morrer, do Eduardo Coutinho, Marcelo Zona Sul, do Xavier de Oliveira, Memórias do Carcere, do Nelson, Pagador de Promessas, do Anselmo Duarte, Nem Sansão nem Dalila, do Carlos Manga, Marvada Carne, do Klotzel, tantos...

Paulo Sacramento
Curta-metragista (Juvenilia, Ave), montador (Cronicamente Inviável)
Escolher dez é preterir no mínimo outro tanto. Ah, e sinto-me simplesmente ridículo em fazer uma listinha e não incluir nenhum filme do Nélson, mas é impossível fazer justiça neste tipo de papo de bar.
Dane-se, lá vai:
O Bandido da Luz Vermelha
São Paulo S/A
Bla Bla Bla
Cabra Marcado para Morrer
Pixote
Terra em Transe

Limite
Mato Eles?
Ilha das Flores
O Cangaceiro

E só de sacanagem deixo uma menção honrosa ao Ressurreição do Arthur Omar (pergunte a ele o que acha de menções honrosas...). Ele fica de suplente, para o caso de algum dos indicados não apresentar as certidões negativas em tempo hábil !

Pedro Butcher
Crítico do jornal O Globo
1. Limite, Mário Peixoto
2. Vidas Secas, Nelson Pereira dos Santos
3. Memórias do Cárcere, Nelson Pereira dos Santos
4. Terra em Transe, Glauber Rocha
5. Deus e o Diabo na Terra do Sol, Glauber Rocha
6. Eles não Usam Black-tie, Leon Hirszman
7. Argila, Humberto Mauro
8. O Ventríloquo, Alberto Cavalcanti
9. A Hora e a Vez de Augusto Matraga, Roberto Santos
10. O Bandido da Luz Vermelha, Rogério Sganzerla

Pedro de Moraes
Fotógrafo (Os Inconfidentes, Guerra Conjugal, Gordos e Magros, O Santo e a Vedete)
Rio Quarenta Graus
Rio Zona Norte
Assalto ao Trem Pagador
Os Inconfidentes
Guerra Conjugal
Macunaíma
Vidas Secas
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Gordos e Magros
O Santo e a Vedete
A Casa Assassinada

Philippe Barcinski
Curta-metragista (A Escada, O Postal Branco, A Grade)
1. Deus e o Diabo na Terra do Sol
2. Terra em Transe
3. Macunaíma
4. O Bandido da Luz Vermelha
5. Bang Bang
6. Limite
7. Ilha das Flores
8. Vidas Secas
9. São Paulo SA
10. Alma Corsária

Remier Lion
Pesquisador de cinema brasileiro e curta-metragista
Matador Profissional, de Jece Valadão (+ manero)
Documentário, de Rogério Sganzerla (+ foda)
Cuidado Madame, de Júlio Bressane (Bressane + legal)
A Psicose do Laurindo, de Nilo Machado (título + legal – 2Ί lugar)
O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla (filme + cultuado)
O Segredo da Múmia, de Ivan Cardoso (+ criativo)
Almas em Tumulto (inacabado) (título + legal, 1Ί lugar)
Traí... Minha Amante Descobriu, de Nilo Machado (título erótico + legal – 2Ί lugar)
Se a Galinha É Boa, O Pinto Não Falha (título erótico + legal – 1Ί lugar)
O Despertar da Besta, de José Mojica Marins (Mojica + punk)

Ricardo Aronovich
Diretor de fotografia (São Paulo S. A., Garota de Ipanema, O Sopro no Coração)
Eis aí uma lista que não é, seguramente, completamente imparcial e completa pelo fato de eu não ter visto TODO o cinema brasileiro, desafortunadamente, aliás! Então...
São Bernardo
Eles Não Usam Black-tie
Os Fuzis
São Paulo S.A.
Marvada Carne
Macunaíma
Memórias do Cárcere
Vidas Secas
Gaijin
Estorvo
e gostaria de acrescentar:
Eu Tu Eles
você veja que faz com a última, fora das dez...

Ricardo Cota
Crítico do Jornal do Brasil
Não me preocupei em cronologia nem em justificativas, muito menos em repetir o nome de cineastas. Optei por filmes que foram importantes para a minha formação cinematográfica, sem relevar tanto a sua importância histórica. Só como ressalva, a maioria desses filmes foi vista na Cinemateca do Mam, graças ao Cosme Alves Netto, ou no Cine Arte Uff, às sextas, pela manhã, nas aulas do Marinho e de um outro professor, acho que João Carlos, não me lembro, já falecido e que dava aulas de Cinema Brasileiro. Cito-os para fazer justiça, pois, como já disse na Contracampo, o cinema para mim só faz sentido se integrado à experiência pessoal dos que realizaram, dos que escreveram sobre eles, ou mesmo dos que simplesmente promoveram suas exibições.
1. Limite, Mário Peixoto
2. Terra em Transe, Glauber Rocha
3. Vida Provisória, Mauricio Gomes Leite
4. Meteorango Kid, o Herói Intergalático, André Luís Oliveira
5. Bang Bang, Andrea Tonacci
6. A Margem, Ozualdo Candeias
7. Noite Vazia, Walter Hugo Khoury
8. Anjos do Arrabalde, Carlos Reichenbach
9. Vidas Secas, Nelson Pereira dos Santos
10. Macunaíma, Joaquim Pedro de Andrade

Ricardo Miranda
Diretor (Assim na Tela como no Céu), montador (A Idade da Terra, O Segredo da Múmia)
vai aí minha lista dos que eu considero os mais importantes filmes brasileiros, que eu vi, revi e quero sempre Rever. Claro que nesta seleção afloraram dúvidas, brigas internas entre este e aquele filme e uma necessidade explícita da lista conter todas as arestas barrocas da escolha.
Finalmente a lista pensada atemporalmente e sem classificação por ordem de colocação. Os dez estão na mesma ordem de magnitude cinematográfica de linguagem, invenção, beleza e crueldade.
1. São Bernardo - Leon Hirszman
2. Limite - Mário Peixoto
3. Tristes Trópicos - Arthur Omar
4. Amuleto de Ogum - Nelson Pereira dos Santos
5. Terra em Transe - Glauber Rocha
6. Os Inconfidentes - Joaquim Pedro de Andrade
7. Porto das Caixas - Paulo César Saraceni
8. O Anjo Nasceu - Júlio Bressane
9. A Hora e a Vez de Augusto Matraga - Roberto Santos
10. Cabra Marcado Para Morrer - Eduardo Coutinho

Roberto Berliner
Cineasta (A Pessoa é Para o que Nasce, O Som das Ruas), diretor de TV
Macunaíma
Terra em Transe
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Vidas Secas
Limite
Bye Bye Brasil
Toda Nudez Será Castigada
A Velha a Fiar
À Meia-Noite Levarei sua Alma
Assalto ao Trem Pagador
Ilha das Flores

Roberval Duarte
Curta-metragista (Rota de Colisão), coordenador de cinema e vídeo do CCBB-RJ
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Terra em Transe
Limite
Amei Um Bicheiro
Ilha das Flores
Simão, O Caolho
Os Fuzis
Cinco Vezes Favela
O Homem do Sputnik
Vidas Secas
Eles nâo usam Black Tie

Ruy Gardnier
Editor de Contracampo
A primeira idéia que vem na cabeça de um cara como eu, ganho ao cinema brasileiro ao ver os filmes do Glauber Rocha (O Dragão da Maldade foi o primeiro que eu vi) é tentar listar os dez mais de acordo com uma experiência totalizante de cinema, ou seja, escolher os dez filmes que mais representem o que é ser brasileiro: poderiam entrar Os Inconfidentes, Macunaíma, O Desafio, todos esses... Mas aí não estaríamos caindo na cilada do cinema novo, ou melhor, na idéia de cinema novo sem Glauber Rocha? Considero um erro histórico a USP ter escolhido o Andrade errado para construir sua idéia de Brasil... Se o guru da Geração Clima fosse o Oswald, teríamos outro Brasil. Glauber Rocha é o único oswaldiano do Cinema Novo. Cair na cilada "brasileira" seria a mesma coisa que cair na cilada marioandradina de uma essência brasileira a ser buscada nas obras culturais... não, não vou cair no erro de achar que devemos buscar em nossas obras culturais os nossos mitos de origem, a "nossa" formação cultural como povo e como nação. Povo. Povo é a palavra mais complicada do século XX. É em torno do conceito de povo que nascem as experiências totalitárias dos anos 30, à esquerda ou à direita. É mais especificamente quando Hegel busca o "universal concreto", e quando surge na mentalidade alemã que a Alemanha tem um "povo" (Volk), ou seja, a idéia de um grupo de indivíduos que partilha algo mais do que costumes e geografia, que partilha uma visão de mundo que o singulariza, que surge essa experiência complicada que ainda hoje nos traz problemas, essa experiência de achar que existe algo que possa ser sintetizado com a palavra "povo". E a conseqüente idéia de que se sabe o que o povo quer. Aí surge a mistificação e o culto à personalidade, em outras palavras, o populismo. Qualquer um que incorpora a palavra "povo" em seu discurso é populista. Por isso que aprendi tanto com Glauber quando ele barra a "voz do povo" de seus filmes. Ele é o único. Os outros cineastas do cinema novo estavam tentando ser livres mas esbarravam na idéia de que tinham que falar para um "povo". Glauber já era livre, se purificou de Barravento. Alguns estão presos até hoje. Eu prefiro falar para indivíduos, ou para cidadãos. Logo, a minha lista vai para eles. Odeio sacrificar Paulo Emílio, porque ele realizou trabalhos imprescindíveis na cultura brasileira, mas a fissura intelectual da nova crítica reside entre Paulo Emílio e Glauber Rocha. E há de se preferir o segundo ao primeiro. A purgação da impossibilidade de se mitificar contra o rei da mistificação; três cristos insintetizáveis contra a alma brasileira. Meus filmes preferidos são exatamente aqueles que se atêm ao mundo sem precisar querer buscar uma síntese sobre "o que é o Brasil". Filmes que mais propõem do que constatam. Filmes que criam mais do que justificam:
(sem ordem de preferência)
A Idade da Terra, de Glauber Rocha
Aopção, de Ozualdo Candeias
Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha
O Despertar da Besta, de José Mojica Marins
Um Anjo Mau, de Roberto Santos
O Anjo Nasceu, de Júlio Bressane
Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos
A Mulher de Todos, de Rogério Sganzerla
Ganga Bruta, de Humberto Mauro
Carnaval Atlântida, de José Carlos Burle
O Império do Desejo, de Carlos Reichenbach

Sérgio Alpendre
Crítico de Contracampo
1. Limite - Mario Peixoto
2. São Paulo S/A- Luiz Sérgio Person
3. A Hora e Vez de Augusto Matraga - Roberto Santos
4. Terra em Transe - Glauber Rocha
5. Deus e o Diabo na Terra do Sol - Glauber Rocha
6. A Ostra e o Vento - Walter Lima Jr.
7. Ganga Bruta - Humberto Mauro
8. O Bandido da Luz Vermelha - Rogério Sganzerla
9. Matou a Família e Foi ao Cinema - Júlio Bressane
10. Rio Zona Norte- Nelson Pereira dos Santos

Severino Dadá
Montador (O Amuleto de Ogum, Nem Tudo é Verdade, Tenda dos Milagres)
Carnaval no Fogo
O Cangaceiro
Matar ou Correr
Mulheres e Milhões
Assalto ao Trem Pagador
O Pagador de Promessas
O Caso dos Irmãos Naves
A Hora e a Vez de Augusto Matraga
O Amuleto de Ogum
Pixote

Silvio Da-Rin
Diretor (Fênix, Príncipe do Fogo, Igreja da Libertação), técnico de som (Amores Possíveis; Mauá, o Imperador e o Rei; Amores), pesquisador
1. Cabra Marcado para Morrer
2. Terra em Transe
3. Os Fuzis
4. Limite
5. Vidas Secas
6. A Hora e a Vez de Augusto Matraga
7. Di
8. Ó Xente, Pois Não
9. A Idade da Terra
10. Terra Estrangeira

Silvio Tendler
Diretor documentarista (Jango, Os Anos JK)
Preâmbulo: os dez melhores filmes estão diretamente ligados à minha memória, às lutas políticas, aos afetos, não são necessariamente os melhores filmes mas os que me trazem melhores recordações, gosto de revê-los, me emocionam. Também não estam listados numa ordem de preferência, mas de lembrança.
1. Os Inconfidentes / Joaquim Pedro de Andrade
2. O Dragão da Maldade / Glauber Rocha
3. Memórias do Cárcere / Nelson Pereira dos Santos
4. Êles não Usam Black Tie / Leon Hirszman
5. O Mágico e o Delegado / Fernando Cony Campos
6. País de São Saruê / Wladimir Carvalho
7.Os Anos JK / Silvio Tendler
8. Chuvas de Verão / Cacá Diegues
9. Porto das Caixas / Paulo Cesar Saraceni
10. Imagens do Inconsciente / Leon Hirszman

Sylvio Back
Diretor documentarista (Guerra dos Pelados; Aleluia, Gretchen; Yndio do Brasil)
Adiante vai a minha lista por ano de produção, que acho a melhor ordem para não transformar uma seleção de filmes num campeonato – esse é melhor que aquele, e vice-versa.
1. Limite (1930), de Mário Peixoto
2. Os Fuzis (1963), de Ruy Guerra
3. Noite Vazia (1964), Walter Hugo Khouri
4. A Hora e Vez de Augusto Matraga (1965), de Roberto Santos
5. Terra em Transe (1966), de Glauber Rocha
6. A Margem (1967), de Ozualdo Candeias
7. São Bernardo (1971), de Leon Hirzman
8. Perdida (1975), de Carlos Alberto Prates Correia
9. Aleluia, Gretchen (1976), de Sylvio Back
10. Natal da Portela (1988), de Paulo Cesar Saraceni

Tata Amaral
Diretora e roteirista (Um Céu de Estrelas, Através da Janela)
Memórias do Cárcere
Ganga Bruta
Bangue Bangue
O Anjo Nasceu
O Bandido da Luz Vermelha
Terra em Transe
A Lira do Delírio
Os Cafajestes
São Paulo S.A.
A Hora e a Vez de Augusto Matraga

Tetê Mattos
Curta-metragista (Era Araribóia um Astronauta?), professora do curso de cinema da UFF
Não vou colocá-los em ordem de preferência. E só estou elegendo longas.
Limite, de Mário Peixoto
Terra em Transe, de Glauber Rocha
Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha
O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla
Matou a Família e Foi ao Cinema, de Julio Bressane
O Sertão das Memórias, de José Araújo
Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho
Eles nâo usam Black Tie, de Leon Hirszman
Ganga Bruta, de Humberto Mauro
Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos

Thomaz Jatahy
Fotógrafo e diretor de Tv
Memórias do Cárcere
Bandido da Luz Vermelha
Vidas Secas
Matou a Família e foi ao Cinema
Pedreira de Sâo Diogo
São Bernardo, de Leon
Imagens do Inconsciente
Di, de Glauber Rocha
Terra em Transe
Limite
Matadores

Toni Venturi
Diretor (O Velho, Latitude Zero)
Limite
Vidas Secas
Deus o o Diabo na Terra do Sol
Terra em Transe
A Hora e a Vez de Augusto Matraga
Cabra Marcado para Morrer
O Homem que Virou Suco
Bang Bang
Ilha das Flores
Um Céu de Estrelas

Virginia Flores
Montadora, editora de som (Pequeno Dicionário Amoroso, São Jerônimo, Miramar)
A lista não segue em ordem de nada, apenas estão aí listados filmes brasileiros que considero excelentes
Limite - de Mário Peixoto
Asfalto Selvagem - de J.B. Tanko
Rio Zona Norte - de Nelson Pereira dos Santos
Terra em Transe - de Glauber Rocha
Macunaíma - de Joaquim Pedro de Andrade
Opinião Pública - de Arnaldo Jabor
Os Mucker - de Jorge Bodanzki
Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia - de Hector Babenco
A Cor do Seu Destino - de Jorge Durán
O Baile Perfumado - de Lírio Ferreira e Paulo Caldas

Walter Carvalho
Diretor de fotografia (Terra para Rose; Com Licença, Eu Vou à Luta; Central do Brasil)
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Vidas Secas
Os Fuzis
A Lira do Delírio
Matou a Família e Foi ao Cinema
Macunaíma
Limite
Terra Estrangeira

O País de São Saruê
(documentário)
Chico Antônio, um Herói com Caráter (documentário)

Waly Salomão
poeta, compositor e escritor (Armarinho de Miudezas, Hélio Oiticica)
pela lembrança:
Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha
O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla
Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos
Terra em Transe, de Glauber Rocha
Limite, de Mário Peixoto
Matou a Família e Foi ao Cinema, de Júlio Bressane
Rio Zona Norte, de Nélson Pereira dos Santos
A Falecida, de Leon Hirszman
São Jerônimo, de Júlio Bressane
Terra Estrangeira, de Walter Salles e Daniela Thomas
O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade
Ganga Bruta, de Humberto Mauro
O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte
Tudo É Brasil, de Rogério Sganzerla
A Dama do Lotação, de Neville d'Almeida

Zelito Viana
Diretor (Os Condenados, Avaeté), produtor (Terra em Transe, A Grande Cidade, Veja Esta Canção)
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Terra em Transe
Vidas Secas
Memórias do Cárcere
Cabra Marcado para Morrer
Macunaíma
Villa-Lobos
Amei um Bicheiro
Assalto ao Trem Pagador
O Pagador de Promessas