Sexo, Pudor e Lágrimas,
de Antonio Serrano


Sexo, Pudor y Lagrimas, México, 1999

Sexo, Pudor e Lágrimas é a estréia de Antonio Serrano no cinema, sendo, na verdade, a adaptação de uma peça de teatro de autoria sua que fez muito sucesso no México no início da década de 90, este filme se pretende uma comédia romântica, discutindo as relações amorosas no fim do século.

Três homens e três mulheres, que na verdade são dois casais acomodados e mais duas pessoas do passado que surgem na vida de cada um deles para desencadear uma crise são o conteúdo. Ana (Suzana Zabaleta) e Carlos (Victor Hugo Martín), Andréa (Cecília Suárez) e Miguel (Jorge Salinas). Na vida dos primeiros aparece Tomás (Demián Bichir), amigo que havia estado fora há sete anos, figura desprendida e inconseqüente. Maria (Mônica Dionne), ex-namorada de Miguel, o grande amor da vida dele, volta e é convidada pelo homem a passar um tempo em sua casa, como convidada.

Cada um desses personagens é um certo estereótipo, representa um gênero. E a aparição do elemento estranho desperta uma grande discussão sobre o sentido de seus relacionamentos, de suas vidas. Mas Sexo, Pudor e Lágrimas não consegue jamais sair do raso e se até chega a ser engraçado em alguns momentos, em outros é sofrível: Miguel, publicitário inescrupuloso, que na juventude havia tido ideais, os quais abandonou pelo dinheiro, se pergunta, angustiado, por que é que só pensa em fazer sexo com qualquer mulher que encontra, por que ele e os outros homens só pensam nisso, por que são uns calhordas, coisa e tal.

O pensamento que pauta este filme está bem expresso no conselho que Maria dá a Andréa, logo depois de ter dormido com seu marido e provocado o fim do casamento da moça: "você só tem a si mesma". Sexo, Pudor e Lágrimas realmente não tem muito a dizer, a não ser repetir os chavões clássicos de publicações do nível da "Cosmopolitan".

Juliana Fausto