Wilde, de Brian Gilbert

(Inglaterra, 1998)

Para ser sucinto, Wilde é o extremo oposto de Velvet Goldmine. Se o outro filme era uma declaração de amor ao culto da imagem e ao sonho, Wilde não é declaração nenhuma. E se há uma única semelhança nos dois filmes, é o fato de aparecer Oscar Wilde. E a própria aparição do menino Oscar no começo de Velvet Goldmine já diz muito mais que todo o Wilde de Brian Gilbert. Pois apesar de vermos toda a biografia do Oscar Wilde adulto, um fiapinho de suas peças e de seus comportamentos e muito do melodrama familiar e amoroso, em nenhum momento vemos uma vontade de fazer alguma coisa. É lógico, Brian Gilbert (como quase todo cinema britânico) é um acadêmico, e coisa que o acadêmico não entende é vontade.

Ruy Gardnier