Le Procès de Jeanne d'Arc
(O Martírio de Joana d'Arc)
(França, 1962)

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Florence Delay

Joana d'Arc e não o símbolo de intolerância eclesiástica. Esse é o ponto de partida para a construção de um personagem Joana, um personagem que se assemelhe ao máximo com a real Joana, mas que não a imite. Problemas de representação: a psicologia não é interessante para os que buscam um acesso ao real dentro do cinema. O cinema de Robert Bresson não representa, apresenta. É Joana de carne e osso, dizendo as coisas que Joana disse. O Martírio de Joana d'Arc é um filme radical onde Bresson renuncia à aparência do real para aceder a um outro real, o real cinematográfico. O diretor de Joana d'Arc acredita na imagem e acredita em seu poder de mostrar. Assim podemos ver os passos de Joana caminhando para a fogueira, passos pequenos como os de um pequeno animal indefeso, admoestados ainda por um pé inquisidor que os faz tropeçar.

Ruy Gardnier