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Os Idiotas, de Lars von Trier

DZIGA VERTOV:
80 anos do manifesto "NÓS"
textos e tradução do manifesto
A QUERELA DA CRÍTICA:
a polêmica DIEGUES-SUKMAN
e a função dos críticos
CINEMA AMERICANO:
o único antropológico do mundo?
textos sobre Eastwood e Carpenter
RETORNO A GODARD (2)
JOHAN VAN DER KEUKEN,
retratos e entevista
(2)
HIROSHIMA MON AMOUR

Mais uma vez a crítica é questão. A crítica pode ser tomada como orientadora de consumo, como gostismo explícito ou até como marketing descarado. CONTRACAMPO prefere ficar longe desses modelos redutores e propõe uma construção: construção de um mundo do cinema, um mundo diferente daquilo que habitualmente vemos; um mundo que tenha a ver com o mundo em que vivemos, e que possa levantar perguntas (e às vezes respondê-las) sobre ele.

Se queremos esse cinema, temos que fazer por onde. Daí uma nova fase na revista, em que é inaugurado um espaço para a publicações de textos ainda não traduzidos ou de pouca projeção em nossa bibliografia brasileira de cinema. Começamos com uma homenagam ao grande cineasta que foi Boris Kaufmann, ou Dziga Vertov, como é mais conhecido. Junto com Santiago Álvarez e com o próprio Godard dos anos 70 (que intutulou sua experiência coletiva de Grupo Dziga Vertov de Cinema Revolucionário), Vertov é imprescindível para a compreensão de cinema no século XX. Cineasta crítico, propunha outros caminhos para o cinema além da mera utilização de fórmulas.

Mas nosso desejo de cinema é variado. Variado a ponto de vermos no cinema americano — naquele que todo mundo despreza — um verdadeiro cinema de autor, em grande parte ainda desconhecido. Textos sobre Clint Eastwood e John carpenter, então: dois dos maiores autores americanos, ambos com mais de vinte e cinco anos de carreira a resgatar. Construção de novos mundos: essa tarefa não se deve só a artistas, mas sim ao trabalho de cada um. E nossa profissão de fé é essa construção.

Ruy Gardnier

Contracampo é: Christian Caselli, Vágner Rodrigues, Alfredo Rubinato, Marlos Salustiano, Ruy Gardnier, Bernardo Oliveira, Rafael Viegas, Eduardo Valente, Jayme Chaves, Fabian Nuñez e Alexandre Monteiro. Colaborou: Julien d'Abrigeon. Coordenação geral: Ruy Gardnier.