O Retorno de Claudine, de Antonio Tibaldi

(EUA, 1998)

O Retorno de Claudine, de Antonio Tibaldi, à maneira de Little Boy Blue, seu filme anterior, abre a narrativa com relações ambíguas e misteriosas, a serem aprofundadas ao longo da história. Dessa vez, é Christina Applegate que vive numa cidadezinha até que chega Stefano, que de primeira se apaixona por ela e passa a fazer todo seu percurso, até o nightclub em que ela dança em trajes mínimos.

Se o filme se apresenta inicialmente como a história de um encontro, isso será logo depois perdido de vista. Na verdade, entre dois personagens completamente diferentes, o diretor apresenta somente semelhanças. E, na hora que a coisa estoura, o personagem masculino passa a exercer a função de pai, e a moça, a de menina rebelde. A partir daí, o filme desenvolve a mesma ladainha dos tipos que perguntam às prostitutas aquele antigo "Por que você faz isso?" e mergulha num paternalismo que é tão machista quanto idealizador.

Tão pobre cinematograficamente quanto dramaturgicamente, Antonio Tibaldi não consegue estruturar uma história sem ser a partir das angústias individuais. E isso é muito triste.

Ruy Gardnier