Cartas na Mesa
(Rounders),
de John Dahl (EUA, 1998)
John Dahl já ocupou seu devido lugar e reconhecimento em Hollywood, seja como o diretor cínico moderninho, seja como diretor pseudo-cult, que sempre tenta imprimir um traço de bom estilo a seus filmes. Se Red Rock West tombava mais para o primeiro lado, esse Rounders enquadra-se perfeitamente no segundo: as iluminações e os movimentos de câmara são devidamente chupados dos filmes do gênero (e nos lembramos aqui dos filmes de Martin Scorsese, sobretudo de A Cor do Dinheiro). Todas as subtramas do filme só servem para levá-lo ao marasmo: a namorada que abandona, o amigo que só arruma problemas, o professor que dá a lição de vida (mesmo que Martin Landau esteja admirável). Tudo no filme parece desviar a atenção para o principal: para aquele jogador que tem a chance de ser o melhor em pôquer no mundo. Na briga de Matt Damon para alcançar esse título é onde vemos a única beleza desse filme frio e neo-acadêmico. Ruy Gardnier